COMUNICAR É PRECISO - Metodologia ágil e comunicação: muito além da velocidade.

Desde o dia em que assisti a uma palestra do Luiz Carlos Júnior, profissional com oito anos de experiência em métodos ágeis de trabalho, na qual ele mostrou uma imagem de tartaruga camuflada como símbolo da metodologia ágil frente a imagem com dezenas de lebres (ou coelhos) na neve, comecei a entender as conexões que me atraiam, como comunicadora, a este conhecimento – novo para mim.

Mais do que calcados na velocidade como principal parâmetro, os métodos ágeis partem de um conceito de adaptabilidade ágil. Não é fazer qualquer coisa de forma rápida, mas de passar rapidamente por todo o ciclo de um projeto para gerar aprendizado, mas partindo de um mapeamento claro do desafio a ser superado e da agilidade mínima viável para a primeira entrega, considerando o valor e a utilidade real desta.

Mais interessante ainda foi ouvi-lo quando apontou – como primeiro passo para a inclusão de métodos ágeis na rotina de trabalho – partir dos momentos de análise crítica das lições aprendidas das experiências anteriores. Interessante, pensar em começar do passado, de certa forma, para inovar, em um mundo onde é tão comum a geração frenética de novidades (a todo o tempo) que não agregam valor e logo voltam com ‘roupas novas’ e neologismo, mas com as mesmas soluções para questões antigas.

Pensar no método ágil – como partindo do tripé de ‘rodar todas as etapas em pequenos ciclos para entregas com geração real de valor para o negócio e avaliação para melhorias contínuas’ – conversa muito com o que considero importante para a efetividade da comunicação em uma organização – partir de um diagnóstico da questão a ser tratada, do conhecimento do público, do monitoramento de todo o processo e agilidade nas decisões que permitam a adaptabilidade, a mudança de rumo assim que o feedback chega – o que significa ser um pouco mais pragmático.

Uma vez desenhada a estratégia, colocá-la para rodar para que seja possível receber, logo, o feedback real do público. Não perder tempo em reanálises internas sem experiências. Nem manter estratégias que se mostrem ineficientes após o retorno do público pelo simples fato de cumprir planejamentos.

É importantíssimo planejar, mas já prever momentos intermediários de análise e replanejamento a partir dos aprendizados com a experiência empírica.

Mensurar sem gerar aprendizado é tão ineficiente quanto não medir. Reprimir o feedback, positivo ou negativo, é deixar de oportunizar insumos para acertar melhor a comunicação no próximo ciclo.

A agilidade precisa chegar à comunicação nas organizações para além das ferramentas digitais e gerações de conteúdos a todo tempo. É preciso integrar as rotinas das equipes, desde a fase de real diagnóstico, alinhamento do entendimento das questões, tarefas e papéis, produção e processo real de melhoria contínua.

Fernanda Galheigo é jornalista com foco em comunicação interna e fortalecimento da liderança. Mãe de gêmeos, é apaixonada pela comunicação como forma de cura, ferramenta de gestão e de qualidade de vida.