O título desta pequena reflexão é uma falácia. Sim, pois não há antídoto contra a dor. A dor é parte da vida, da existência humana.
Há, no entanto, dores diferentes e formas diferentes de lidar com elas. Há dores físicas, há dores da alma.
Em algum momento da vida, as duas se encontram. Às vezes, uma dor leva à outra.
E o que fazer? Como livrar-se da dor?
Talvez, o primeiro passo seja saber de onde ela vem. Se ela é minha mesmo ou se ela veio do outro para mim como um vírus importado. Será? Existe dor importada?
Sim, eu acredito.
E também acredito em exportadores de dor. Aqueles que sentem um certo prazer em infringir a dor no outro.
Um segundo antídoto para a dor talvez seja não torná-la permanente. Não se apegar a dor é uma forma de enfraquecê-la.
Mas… e quem insiste em querer um antídoto? Uma solução definitiva para não sentir mais dor.
Em vida, eu digo no auge de minha ignorância filosófica, que não existe.
O único fim definitivo para a dor é a morte. Mas a morte é causa de dor para quem fica.
Difícil escapar da dor. Difícil não perceber e sentir a dor do mundo.
O que nos resta, então? Enfrentar a dor. Entendê-la. Se desvencilhar de suas armadilhas de ódio e vingança e dar a ela um sentido de transformação – da gente e do mundo.
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Silmara Helena Pereira de Paula é jornalista formada pela Universidade de Mogi das Cruzes (UMC). Atua na área desde 1994 e trabalha em comunicação pública desde 2003. É pós-graduada em Docência em Ensino Superior pelo SENAC-SP (2015) e em Filosofia e Autoconhecimento: uso pessoal e profissional pela PUC-RS (2021). Atualmente é assessora de imprensa concursada na Câmara Municipal de Arujá.