Nem sempre a gente vence as batalhas. Às vezes, os aprendizados que resultam destas experiências podem ser o maior ganho. Quando nada consegue segurar a represa, precisamos observar com atenção para onde esse turbilhão quer nos levar. Olhar para os fatos com certo distanciamento pode auxiliar no entendimento.
Não é fácil enfrentar as nossas feras, o medo do desconhecido. Lidar com a impermanência, com o novo, é desafiador. Nunca somos os mesmos e a cada adversidade isso fica mais evidente, motivo suficiente para sermos leves conosco e com os outros. O medo não deve nos impedir de chegar aonde desejamos, mas é preciso cautela. Um constante avançar e recuar.
“Quando alimentamos mais a nossa coragem do que os nossos medos passamos a derrubar muros e a construir pontes”, afirmou a escritora Lígia Guerra. Pois tente atravessar o medo com base na sua experiência, na sensibilidade que pode estar apontando a melhor escolha. Afinal, se a vida não fica mais leve, que a gente procure se fortalecer e jogar a âncora buscando a estabilidade – para que as turbulências não nos afoguem.
Sabemos que a vida é feita de escolhas e quando damos um passo para a frente algo fica para atrás, mas evoluir é enfrentar essa jornada, alimentando a coragem. O caminho da felicidade passa pelos afetos e projetos. Precisamos entender que uma porta fechada não significa que ela está trancada, pode apenas estar encostada. Empurre e teste. Quem sabe não encontrará um caminho alternativo?
Já ouvi dizer que é preciso coragem para ser diferente e muita competência para fazer a diferença. Concordo, pois acredito que a vida muda na proporção em que desafiamos os nossos limites. “Aprendi com as primaveras a me deixar cortar para poder voltar sempre inteira”, escreveu a jornalista e escritora Cecília Meireles.
Pois eu digo sim para os meus planos e escolhas. Posso cansar, mas desistir somente entra no meu repertório quando o coração avisa: stop! A vida pode até nos desafiar, mas o amor é capaz de muito e mais um pouco. Então, avante, alimentando a coragem, pois, como disse o cartunista Henfil, “enquanto acreditarmos em nossos sonhos nada será por acaso”.
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Neusa Medeiros é jornalista, com pós-graduação em Metodologia do Ensino Superior. Sócia-diretora da empresa Edição 3 – Comunicação Empresarial, com diversificada atuação na área. Atuou, por vários anos, como assessora de imprensa e professora universitária na Unisinos, e como colunista no Jornal VS, do Grupo Editorial Sinos, onde segue como colaboradora.