A ERA DA COMUNICAÇÃO IMEDIÁTICA - Era midiática em tempos de Covid-19. Por Juliana Müller.

Estamos vivendo um período de alerta mundial. O assunto do momento (mais do que justo) é coronavírus e seus desdobramentos. Isso me fez refletir sobre muitas coisas… e algumas delas, do ponto de vista da comunicação, compartilho aqui para que possamos entender e colaborar com a coletividade de forma mais eficiente:

1. Comecemos com a necessidade real de se manifestar publicamente enquanto organização. Uma marca consolidada jamais pode deixar de se posicionar diante de um fato tão relevante. Mas não basta dizer que está ciente da situação… precisa demonstrar o seu senso de coletividade. O que sua empresa está fazendo para minimizar os riscos?

2. Recompartilhamento de dicas e sugestões de saúde pública. Não há organização da área de saúde que não esteja publicando boas maneiras de como se prevenir da pandemia. Logo, é muito mais simples e prático que a gente utilize essas fontes seguras para propagar o bem, não precisa gerar conteúdo novo de um nicho que não é o seu.

3. Alias, sobre o seu segmento de atuação… já pensou em como abordar o seu ramo de mercado para atentar seus clientes, colaboradores e parceiros? Reforço, por exemplo, que grandes empresas de tecnologia podem (e devem) difundir mais sua utilidade on-line para ajudar outras empresas e pessoas em situação de crise. Aqui o mais importante é pensar soluções, não gerar ainda mais pânico.

4. Importante lembrar que, em casa de ferreiro, o espeto tem que ser de ferro. Se a sua organização tomou medidas interessantes, práticas e desenvolvidas para atravessar bem esse período, use suas mídias para mostrar isso. Não tem nada mais bacana, institucionalmente falando, do que soluções caseiras que podem servir de exemplo.

5. Oriente colaboradores, principalmente gestores, sobre a importância de não difundir falsas notícias ou situações de calamidade. A ideia aqui é que todos possam colaborar mutuamente… não adianta a empresa fazer uma super-ação de engajamento nas mídias se o gerente está postando conteúdos divergentes. O que faz a empresa são as pessoas que trabalham nela, zele pelo comprometimento.

6. Oriente pela coletividade. Uma marca só é forte se acredita que ela precisa de todas as outras para se fortalecer. Uma ação simples individual de não estocar alimento em casa para dar oportunidade para o outro comprar para sua casa também, pode servir de exemplo para as organizações… nessa situação ninguém é concorrente, todos somos um único povo lutando contra algo muito maior.

7. Não se esqueça de notificar seu público sobre as medidas protetivas tomadas por sua empresa. Diferente do que descrevi no tópico 4, aqui a ideia é avisar onde vai estar a empresa. Se optar pelo home office, por exemplo, aumente sua linha de atendimento por telefone, e-mail, sinal de fumaça ou qualquer outra forma de contato. Não adianta apresentar um posicionamento ou sugerir práticas bacanas se você não começa pelo mais óbvio, onde a empresa está.

Para finalizar, ressalto 2 cases que achei muito interessantes na atual conjuntura, principalmente do nosso país. Uma delas é a grande sacada da Ambev em produzir álcool em gel em suas indústrias para distribuir gratuitamente aos hospitais das cidades mais afetadas. Além dela, alguns canais pagos de TV estão disponibilizando séries e filmes sem custo por 30 dias (inicialmente). Se a orientação é para que fiquemos em casa, nada mais bonito do que estimular o ‘filminho com pipoca’ para quem talvez não tivesse oportunidade de fazê-lo.

São ações simples que nos fazem acreditar que o mundo ainda tem jeito. Que a gente siga o exemplo e faça o mesmo em nossas organizações e em nossa vida. Tudo é coletividade.

Juliana Müller é relações-públicas, presidente da Associação Brasileira de Relações Públicas, coordenadora de Comunicação e Eventos da Câmara Brasil-Alemanha no Rio Grande do Sul, e uma defensora dos eventos corporativos como ferramenta de comunicação estratégica.