A absoluta coexistência entre Governança e Conselho. Por Juliane Maciel.

Em um mundo BANI, com organizações cada vez mais complexas e desafiadoras, a busca por estratégias que promovam longevidade e sustentabilidade se torna uma prioridade inegociável. Nesse contexto, empresas de quaisquer tamanhos e setores que entenderem que o estabelecimento de um Conselho é (e será) um dos pilares fundamentais para o seu crescimento, colherão os frutos do sucesso a médio e longo prazo. Quero focar aqui no Conselho Consultivo que, como o próprio nome já diz, tem como principal objetivo atuar como um órgão de consulta – não tendo poder decisório (e sem dever fiduciário).

Para organizações que não possuem Conselho de Administração, o Conselho Consultivo poderá (e deverá) funcionar como uma estrutura que promove, entre outras competências, o aprimoramento da Governança Corporativa.

Governança e Conselho

É exatamente aqui, com a congruência entre Governança Corporativa e Conselho Consultivo que este artigo manifesta a que veio: entregar o conceito de que ambos os termos são dois pontos de equilíbrio entre os interesses das empresas e de todos os seus stakeholders. A Governança Corporativa, como já escrevi em outros momentos, é um sistema complexo formado por processos, princípios, regras e diversas estruturas pelas quais as organizações são dirigidas, monitoradas e avaliadas. De forma similar, um(a) Conselheiro(a), atuará para o equilíbrio de interesse de todas as partes, de forma sustentável e gerando valor para a organização, seus públicos de contato, a sociedade e o meio ambiente.

Inovação e Propósito

Em um ambiente empresarial em constante evolução, a capacidade de inovação e adaptação é determinante para a sobrevivência e o crescimento do negócio. O Conselho Consultivo, ao trazer insights externos e perspectivas imparciais, estimula a inovação, identifica oportunidades de mercado e ajuda a antecipar mudanças no cenário empresarial. E tudo isso, claro, de forma ética, íntegra e transparente. Aqui temos também de levar em consideração o termo propósito, entendendo-o como viga de sustentação para todo esse movimento. O propósito deve anteceder cultura, valores, marketing e comunicação. Bem, na verdade, deveria anteceder. Se acredito que cada ser humano é movido por um propósito, quiçá uma organização, que é um organismo vivo, único, com seu CNPJ, e capaz de modificar a sociedade na qual está inserida.

“O sucesso, como felicidade, não pode ser buscado: ele dever ser um resultado, e isso só ocorre como efeito colateral da dedicação de alguém a uma causa maior que si mesmo”. Viktor Frankl.

A frase de Frankl reforça o que estou tentando traduzir aqui: o propósito é individual, e o sucesso (pessoal e corporativo) é resultado. Reforço a importância de as organizações compreenderem e definirem seus propósitos – razão de existir – para que cada etapa no caminho da inovação, cada degrau de crescimento e cada tomada de decisão seja delimitada por ele, com verdade e transparência.

Para elucidar ainda mais o conceito

PROPÓSITO é substantivo masculino – 1. Intenção (de fazer algo); projeto, desígnio. 2. Aquilo que se busca alcançar; objetivo, finalidade, intuito.

Cultura de Transparência

A transparência é um aspecto essencial para a construção de uma organização pois ela coopera com a manutenção da confiança de seus stakeholders. O(a) Conselheiro(a) Consultivo(a), ao promover uma cultura de transparência – que a esse ponto julgo já fazer parte do cerne do negócio -, precisa portar-se com ética e responsabilidade tendo como norte o Código de Ética, o Compliance, o trinômio ESG e, claro, a Governança Corporativa. Agindo assim, o Conselheiro estará fortalecendo os alicerces da empresa e contribuindo para sua posição estratégica no mercado.

Conselho é o bem maior da empresa e sua função é o sucesso da mesma, mas são as habilidades interpessoais do Conselheiro, tais como clareza, gentileza e o não conflito de interesses, que o tornam essencial neste contexto. Destaco aqui uma das muitas falas esclarecedoras de Catarina Pohl em uma de suas aulas na Board Academy: “Conselho está com a empresa, não acima dela.”

Conclusão

Em suma, o Conselho Consultivo não é apenas um órgão consultivo; é um parceiro estratégico fundamental para as empresas que almejam prosperar em um ambiente empresarial competitivo e em constante transformação. Ao investir na formação de um Conselho Consultivo sólido e diversificado, as empresas estão, na verdade, investindo em sua própria resiliência, inovação e longevidade no mercado. Se pudéssemos transformar tudo isso numa fórmula matemática, esse discurso seguiria assim: Conselho Consultivo + Governança Corporativa = Integridade, Equidade, Transparência, Accountability e Sustentabilidade.

Junte-se à Conversa

Você acredita no poder transformador de um Conselho Consultivo para as empresas? Compartilhe suas ideias e experiências nos comentários abaixo!

Este artigo destaca a importância e os alguns dos muitos benefícios que um Conselho Consultivo pode proporcionar às empresas, não apenas como um órgão consultivo, mas como um parceiro estratégico na jornada rumo ao sucesso sustentável. Ao incentivar a discussão e reflexão sobre o tema, busca-se promover uma cultura de colaboração e crescimento empresarial (pequenas, médias e grandes empresas) com base na Governança Corporativa e seus vários vieses.

Eu sou Juliane Maciel, Executiva na Loop Vídeo Produtora, Sócia na Ordoo Mentoria, Diretora de Negócios na Oitenta Café, Embaixadora do Capitalismo Consciente Brasil, Colunista no O.C.I. e Board Club Member da Board Academy.