São Paulo: motoristas de Uber poderão gravar vídeo das corridas.

Deu hoje na revista Oeste, na matéria de Raquel Hoshino:

A ferramenta está em fase de testes. O objetivo é levar mais segurança para as viagens.

LINK – https://revistaoeste.com/tecnologia/sao-paulo-motoristas-de-uber-poderao-gravar-video-das-corridas/

COMENTÁRIO

Frenesi Digital.

Há uma disputa em curso: quem mais produz fake news; a imprensa comercial ou os próprios anunciantes?

Aqui, um exemplo típico “de anunciante” – Uber – com discurso enganoso. Em um caso como este, a mídia oferece ao público a oportunidade de pensar a respeito. E este escriba pensa, avalia o “histórico” da “empresa” e da invasão techie, e – sim – faz seu julgamento de valor, emitindo uma opinião:

Como se não bastassem as inúmeras condutas polêmicas – e às vezes até criminosas – da autointitulada “empresa de tecnologia” (*), agora a Uber surge com uma notícia em que disfarça mais um degrau na invasão de nossa privacidade alegando salvaguarda de segurança. É um nível ainda mais essencial de fake news. Trata-se de fake intentions – mais um episódio de má-fé envolvendo a Uber. Com parceiros interessados em explorar o novo “serviço” (Zoom, por exemplo, noticiou ontem a intenção de investir 100 milhões de dólares na criação de apps que utilizem a plataforma), sabe-se lá o que pode acontecer com os nossos diálogos (ouvidos ou vistos). Afinal, sempre pode aparecer uma “autoridade” alegando risco à “segurança nacional”, requisitando a possibilidade de “rastrear passageiros” on-line ou “ter acesso a arquivos pretéritos de determinados usuários”. E lá vão os Estados correndo atrás – sempre atrás – para tentar regular a posteriori.

(*) Cortes superiores da França e da Inglaterra já desmascararam a Uber estabelecendo, em suas jurisdições, que a “empresa” não é “de tecnologia”, mas de transporte ou, no máximo, de agenciamento de transporte, tendo que arcar com o que cada regramento local exige quanto a segurança dos usuários e de “colaboradores”, cumprimento de legislações trabalhistas, incidência de impostos etc.

Sobre Marcondes Neto

Bacharel em Relações Públicas pelo IPCS/UERJ. Doutor em Ciências da Comunicação pela USP, sob a orientação de Margarida Kunsch. Professor e pesquisador da Faculdade de Administração e Finanças da UERJ. Editor do website rrpp.com.br. Secretário-geral do Conrerp / 1a. Região (2010-2012).