Empresa integrava índice de sustentabilidade da Bolsa.

Deu ontem n’O Globo (P. 17), na matéria de Patricia Valle:

Vale saiu da lista após desastre de Mariana, mas voltou este mês. Estrangeiros estudam veto às ações.

LINK – https://oglobo.globo.com/economia/vale-a-principal-empresa-no-indice-de-sustentabilidade-da-b3-23408472

COMENTÁRIO

A Vale – Miriam Leitão noticiou ontem, n’O Globo – duplicou a ‘produção’ de minério de ferro em 15 anos. De 169 para 367 milhões de toneladas. É difícil ter noção dessa quantidade. Quantas montanhas das Minas Gerais não sumiram? Fotos são sempre censuradas pelas assessorias ‘de imprensa’.

Mas… sempre tem um mas… do ponto de vista empresarial, tal estupro ao meio ambiente, ao planeta Terra, faz – e muito – sentido. Afinal, o preço da tonelada do minério de ferro caiu à metade, chegando a 70 dólares por tonelada. E o ‘faturamento’ foi mantido… mas a outro custo: o da devastação humana.

É de se perguntar: como será que é construído este Índice de Sustentabilidade Empresarial (ISE) da B3, o qual admitiu neste mês a empresa de volta sem que esta tenha compensado – ainda – minimamente o país, o estado de Minas Gerais, os milhares de moradores que tudo perderam, as duas dezenas de famílias que, além disso, perderam entes queridos? Com certidões compradas? Com pareceres falsos? Com técnicos falantes? Com dirigentes muito chiques? Com montanhas de papel? De dinheiro? Ou de lama?

Sobre Marcondes Neto

Bacharel em Relações Públicas pelo IPCS/UERJ. Doutor em Ciências da Comunicação pela USP, sob a orientação de Margarida Kunsch. Professor e pesquisador da Faculdade de Administração e Finanças da UERJ. Editor do website rrpp.com.br. Secretário-geral do Conrerp / 1a. Região (2010-2012).