Do LinkedIn de Wilson Costa Bueno. Comentário: Manoel Marcondes Neto.

Política de Comunicação Institucional: sua empresa está pronta para ter uma?

Cada vez mais, empresas e organizações em geral têm se habilitado para a elaboração de uma Política de Comunicação Institucional e muitas têm conseguido percorrer esta etapa fundamental para consolidar uma comunicação estratégica e integrada.

Devemos reconhecer, no entanto, que o fato de terem produzido, editado e divulgado o documento que consolida a Política de Comunicação, isto não significa tudo porque, na prática, nada acontece se o processo não for acompanhado de um plano de implementação.

Os objetivos institucionais de uma organização, o universo da comunicação e a própria sociedade se modificam ao longo do tempo: temas como governança corporativa, promoção da diversidade e da inclusão, sustentabilidade, compliance e muitos outros não faziam parte de Políticas de Comunicação elaboradas há mais de 5 anos. No futuro, outros temas emergentes, como a desinformação, a IA generativa, a checagem e a mineração de dados, o respeito à autoria intelectual, à Linguagem Simples, deverão figurar nos documentos de uma Politica.

A empresa ou organização que pretende elaborar uma Política de Comunicação precisa saber que o processo incorpora uma série de dificuldades, que há tensões internas a superar até que, finalmente, as diretrizes previstas estejam consolidadas e sejam aplicadas.

O contexto deve estar adequadamente preparado para que uma empresa possa desencadear o processo de construção de uma Política de Comunicação. A demanda por ela deve ter origem na alta administração, estar prevista no planejamento estratégico e não representar apenas um anseio (um sonho?) dos comunicadores. Fica difícil conduzir este processo se a área de Comunicação não é reconhecida como essencial, se ela não pode assumir o seu papel de protagonista e desempenha apenas uma função meramente operacional.

A construção de uma Política de Comunicação requer que a empresa ou organização vivencie uma cultura de comunicação dialógica, porque empresas que se caracterizam pela rigidez hierárquica, pelo autoritarismo nas relações internas, e cujas chefias não permitem que os comunicadores participem do processo de tomada de decisões, não estão prontas para uma Política de Comunicação.

Conhecemos alguns casos de tentativas frustradas de elaboração deste instrumento estratégico porque, no fundo, as empresas até desejam ter um documento com esta denominação (afinal de contas, empresas modernas precisam ter uma Política de Comunicação, não é mesmo?), e até chegam a elaborá-la, mas, na prática, nunca irão permitir que as diretrizes nela contidas sejam implementadas.

A Política de Comunicação representa um compromisso com a comunicação democrática, constitui, em suma, o estatuto da Comunicação. Não se concretiza apenas com a edição de um documento. Para exercer a sua condição de Política efetiva, ela precisa ser aplicada. É aí, muitas vezes, como diz o ditado, que “o bicho pega”!

COMENTÁRIO

É fato: as organizações, hoje, simplesmente, têm que se preocupar com a Comunicação Institucional e implementá-la como uma Política é o melhor a fazer. Na era digital, e com o papel cada vez mais presente das redes sociais, a Comunicação deixa a periferia e passa a ocupar um lugar central nas preocupações do gestor. Afinal, coisas prosaicas como a publicação – por um anônimo que seja -, de uma foto do estoque caótico, de uma viatura em mau estado de conservação, um quiosque sujo, o vazamento da gravação de um funcionário desbocado – coisas prosaicas, antes contornáveis com pedidos de desculpas, hoje em dia podem ocasionar perdas milionárias em bolsas de valores. Imediatamente. Antes até de quem gerencia e dirige. [Conheça o “Manual de Compliance para a Comunicação Corporativa” que funciona acoplado ao aplicativo Sistema 5R-INDEX para um exame funcional da sua Comunicação – certificado pelo O.C.I.].