O poder de agenda na geopolítica das 'mudanças climáticas'.

A comissária da União Europeia, a alemã Ursula von der Leyen, de forma “eurocêntrica”, vem ensinar aos 210 milhões de brasileiros como transformar o Brasil numa “potência verde”. Pois bem, todos os brasileiros deveriam, democraticamente, votar pela transformação da Europa numa “potência verde”, a fim de preservar o planeta Terra para as presentes e futuras gerações.

À medida em que os países da União Europeia e Estados Unidos necessitam queimar combustíveis fósseis, até mesmo florestas, para produzir energia, mais se dedicam a deslocar de si a atenção dos agentes formadores da opinião pública (ONGs, políticos, mídia, imprensa, artistas, intelectuais, movimentos sociais etc.) e, noutro sentido, a impor a sua “agenda verde” a outros países que ainda possuem grande cobertura vegetal, especialmente o Brasil.

Entretanto, nem todos os países sofrem a mesma imposição dessa “agenda verde”, a despeito de passarem por intenso crescimento econômico sustentado na produção de energia baseada na queima de combustíveis fósseis, valendo destacar a China e a Índia.

Posto isso, deve-se frisar que a destruição de florestas pelos países ricos e desenvolvidos, bem como pelos que passam pelo mais intenso crescimento econômico, sobretudo a China e a Índia, aumenta inversamente a participação florestal dos outros países no total planetário, ocasionando, destarte, recrudescimento da pressão econômica, política e social pela preservação e, até mesmo, reflorestamento nos últimos.

Ailton Benedito de Souza, procurador da República no estado de Goiás, foi secretário-geral de Direitos Humanos e Defesa Coletiva da Procuradoria Geral da República.