Fake News, ora bolas, por que não? Por Cinthia Flôres.

Ano de 2023. Ano sem eleições, apenas preparativos, conchavos, reuniões partidárias, brigas internas, tentativas de aproximação de candidatos, de celebridades… nem sempre ficamos sabendo o que ocorre nos bastidores neste período sem eleição.

Mas o ano de 2024 se aproxima, assim como o de 2026. Anos de pulverização das opiniões, nervos à flor da pele, fake news disparadas nas redes sociais e, me perdoem, até entre vizinhos, que mesmo sem estar nas redes sociais estão nas redes comunitárias, imagéticas, do diz-que-me-diz.

Que período excitante, senhoras e senhores! Todos desejando ser uma mosquinha, sonhando com um cargo público para si, para o filho, o cônjuge. Eu quero… eu ajudei… eu falei do candidato. E ninguém duvida que você tenha falado. E como deve ter falado!

Mas, tratemos de fake news, leitores. Segundo a Unesco, o termo designa desinformação (informação falsa), informação errada (às vezes ocorre no jornalismo e a mídia utiliza-se do termo “Erramos” e pede desculpas) e informação enganadora (usada para causar danos).

Quando usamos uma informação falsa? Quando não queremos dar a opinião verdadeira. Exemplo: os sites de empregos, tipo Gupy, acessado via LinkedIn, que pedem os números de nossos CPFs e RGs. Mas… se não quisermos informar, não concorremos às vagas. Que dúvida cruel!

Quando nossos filhos perguntam como eles nasceram… são crianças ainda, então falseamos com uma cegonha… Na idade certa, eles saberão. Matamos alguém da família para gazetear a aula, afinal, aquela aula é chata. É, leitores, temos motivos.

Também damos informação errada quando desconhecemos a verdadeira (assim quero crer), ignorância de momento.

Exemplos de informações enganadoras: “quem tomar a vacina contra a Covid-19 vira jacaré”; “se você sair no escuro o bicho papão vai te pegar”; “se você não usar o shampoo Y, seu cabelo não ficará brilhoso”. Quantas fantasias, quantas informações enganadoras que às vezes também nos pegamos cometendo.

Você pode me chamar de inocente, pois digo que sou uma inocente, assim como a maioria de nós. Não estou na cadeia, não tenho processo contra mim. Sim, eu sou uma inocente que acredita… e que por vezes contribui com a disseminação das informações por crença, ora bolas, e por vezes considerando-as verdadeiras. Que culpa tenho eu se o produto cor-de-rosa bebê me influencia mais que o cor-de-rosa pink na hora da compra? E eu ainda indico este produto para minha vizinha…

Talvez as fake news sejam um nicho de mercado encontrado por algum jornalista, advogado, algum meio de comunicação… Por enquanto, todos são inocentes.

Salve a democracia! Salve o diálogo! Salve o livre-arbítrio! O meu direito de escolha também é o teu leitor/a.

Vivamos como cidadãos e cidadãs que somos.

Referências

https://institutolgpd.com/wp-content/uploads/2021/10/Regulacao-de-FAKE-NEWS-no-Brasil.pdf

https://www12.senado.leg.br/ril/edicoes/58/230/ril_v58_n230_p29.pdf

Cinthia Flôres, relações públicas e filósofa. Especialista em Educação em Direitos Humanos.