Comunicação e Memória. Por Claudia Cezaro Zanuso e Suzana Mara de Carvalho Vernalha.

Em tempos de mundo globalizado, competitivo e dinâmico, a comunicação tem cada vez mais o papel de estabelecer e aprimorar relacionamentos, ampliar diálogos e atrair públicos de interesse. A comunicação corretamente planejada e executada torna uma organização mais transparente, característica imprescindível nos dias atuais para as que buscam ter vida longa e conquistar vitórias nos concorridos mercados. Por meio da comunicação é possível também conhecer e difundir a história da organização, ampliando a necessária transparência e aproximando-a de seus públicos. E, mais do que isso: ao difundir as realizações, superações e os sucessos que pontuaram sua trajetória, a organização estará conquistando um importante diferencial de negócio. Sua história, carregada de valores, cultura e identidade a faz única, ímpar.

A busca por diferenciais é o grande desafio atual e depende do empenho dos comunicadores em utilizar a comunicação de maneira mais abrangente, com toda a potencialidade de suas ferramentas – o que impõe conhecimento, experiência e uma nova maneira de pensar com flexibilidade e multiplicidade de olhares.

Atuando há anos em planejamento estratégico de comunicação e realizando uma variedade de projetos empresariais nessa área, percebemos o quanto a comunicação pode efetivamente utilizar as histórias como estratégia para compartilhar mensagens, símbolos e significados. A partir do resgate de fatos históricos relevantes, a organização amplia sua capacidade de informar os públicos e de transmitir mensagens de cunho emocional a fim de conquistá-los. Com isso valoriza identidade e consolida positivamente imagem e reputação. É sob essa perspectiva que entendemos a relação entre projetos de memória e comunicação organizacional.

Ao tratar de memória, estamos, portanto, discutindo comunicação. Afinal, é por meio de narrativas compostas por imagens ou textos – escritos e falados – que compartilhamos a história de nossa vida, família, sociedade e marcas, sejam estas de empresas ou pessoas.

Defendemos que ao resgatar a história de uma organização é imprescindível ouvir vários “atores” que estiveram diretamente envolvidos na trajetória, independente de hierarquia ou tipo de relacionamento. É importante ressaltar que não se espera consenso de ideias em um projeto de memória. Várias interpretações de um mesmo fato são comuns e, portanto, não há certo nem errado. Cada narrativa tem a percepção de seu autor e carrega intrinsecamente as experiências e os significados de sua vivência individual com aquela organização. Por isso, a história será muito mais rica quanto mais se ouvirem pontos de vista variados.

Envolver vários stakeholders não é suficiente. É preciso ainda pesquisar documentos, imagens, objetos relacionados à organização, ao seu mercado de atuação, à sociedade em que está inserida e ao período de tempo em que transcorreu sua trajetória. É, portanto, um trabalho minucioso de busca por informação. Tudo reunido – vozes e dados de pesquisa – teremos múltiplas narrativas que serão a base para a construção de uma única narrativa histórica que representará aquela organização.

A partir disso, é preciso observar que impactos essa história pode repercutir na cultura e no relacionamento com seus públicos (no presente) e, ainda, quais são as perspectivas de caminhos para o futuro.

Claudia Cezaro Zanuso – Experiência do colaborador, direção estratégica para Comunicação Empresarial, gestão de projetos e geração de conteúdo, diagnóstico e análise de cenários comunicacionais e cultura organizacional. Especialização em Comunicação de marca – Interna e Externa. Treinamento e Capacitação de Lideranças

Suzana Mara de Carvalho Vernalha – Especialista em pesquisar, resgatar e narrar a trajetória de pessoas e de empresas. Adora contar histórias e, através delas, valorizar pessoas e fortalecer os laços entre elas. Acredita que toda jornada tem momentos extraordinários e fatos inesquecíveis que não podem ser esquecidos e devem ser compartilhados.