VIÉS HUMANO NA ERA DIGITAL - 'Lean Startup': a importância de validar uma ideia.

Nesta semana me deparei com diversas situações em que citei o modelo de ‘Lean Startup’, ou ‘Startup Enxuta’, do autor Eric Ries. Desde conversas com empreendedores, a lives com parceiros de projeto, até mentorias de personal branding com pessoas em transição de carreira. Foi então que comecei a perceber que ele se aplica a qualquer nova ideia: da criação de uma empresa, ao desenvolvimento de um produto, até um novo plano de carreira.

E, sim, mudar de carreira não é trivial. É preciso método. Digo isso com conhecimento de causa. Se você não tratar esse assunto profundamente, como se sua marca pessoal fosse um novo produto a ser lançado no mercado, suas chances de sucesso ficam minimizadas. Mas isso é tema para o próximo artigo. Nesse aqui, o foco será tratar de validar ideias em modelos de negócio. Como Ries cita em seu livro: ‘Uma startup é uma instituição humana desenhada para criar um novo produto ou serviço em condições de extrema incerteza’. Ou seja, trata-se de uma empresa em fase embrionária que busca um modelo de negócio repetível, escalável e lucrativo, priorizando a inovação em um ambiente de alto risco.

Uma coisa é certa: ninguém nasce preparado para o desafio de empreender, por isso, é necessária uma dedicação extrema. Criar uma startup é algo extremamente instigante mas, ao mesmo tempo, requer foco, disciplina, planejamento e uma dose de ousadia. Para fundar uma empresa de sucesso, é preciso bem mais do que uma boa ideia, é necessário entender se você está resolvendo o problema certo.

Nesse momento, me lembrei da frase de Uri Levine, fundador do Waze: ‘Fall in love with the problem, not the solution’ ou ‘Apaixone-se pelo problema, não pela solução’. Sabemos que é compreensível que o empreendedor seja o maior entusiasta de sua própria ideia. Mas é preciso entender se aquela ideia se conecta, de fato, com uma dor a ser resolvida. Por isso, manter os pés no chão é fundamental, para não deixar a empolgação atrapalhar o desenvolvimento da empresa.

A dica que dou, e que aprendi vendo muita startup pivotando, é: não se apegue demais a uma ideia que ainda não foi validada. Na verdade, não se apegue a nenhuma ideia, pois todas elas poderão ser substituídas por outras mais interessantes e que se encaixem melhor às necessidades do seu consumidor, mesmo que você não tenha percebido isso.

Mas como saber se minha invenção pode realmente melhorar a vida das pessoas? Simples: prototipando, testando e aprimorando e testando e aprimorando e repetindo esse ciclo quantas vezes for necessário.

O autor Ash Maurya do livro ‘Comece sua Startup Enxuta’ sugere que ‘antes de investir meses ou anos de esforço na construção de um produto, o primeiro passo é determinar se esse produto é algo que vale a pena fazer’.

Para saber se sua ideia é promissora, antes de pensar em desenvolvê-la, aqui seguem algumas perguntas que podem te ajudar a ter clareza:

– Quem tem o problema? (Defina seu segmento de clientes).

– É um problema relevante? (Tenha certeza que é um problema que vale a pena resolver).

– Como seus clientes estão resolvendo esse problema atualmente? (Identifique a competição por meio de alternativas existentes).

– Seus clientes pagariam por essa solução? (Monetize sua ideia para gerar um negócio sustentável).

Com as respostas em mãos, há uma grande chance de que você esteja bem perto do chamado ‘Problem Solution Fit’, ou seja, sua solução se encaixa num problema real e pode trazer uma melhora relevante na vida de seus clientes. Boa sorte!

Juliana Burza atua no ecossistema de inovação e tecnologia, apoiando empresas a estarem à frente da Transformação Digital. Mentora de negócios, ghostwriter e especialista em personal branding no LinkedIn. Escreve a coluna VIÉS HUMANO NA ERA DIGITAL no portal OCI e é membro do Grupo Mulheres do Brasil (Líder do Comitê ‘Mundo Digital e Master Mentoring’) e associada da I2AI International Association of Artificial Intelligence.