Qual deve ser o posicionamento de empresas diante de questões políticas e sociais? Elas devem se pronunciar, escolher lados, apoiar ou condenar posições publicamente?
Este não é um texto com viés ideológico, mas um direcionamento de como uma marca ou empresa deve se comportar na comunicação em tempos de tanta polêmica no debate político. Então, guardem as opiniões político-partidárias para uma conversa na ‘happy hour’, pois aqui vamos discutir as aplicações de um posicionamento de marca.
A partir do momento que uma empresa define seu posicionamento político deve respeitá-lo, e isso vai além da volatilidade da opinião do público que se identifica com ela. Se no posicionamento da marca está dito que ela é engajada com as transformações políticas, sociais e econômicas do país em que atua, deve apresentar uma comunicação muito engajada naquelas questões, buscando interagir com o público nos mesmos ideais.
Agora, se um ativismo não está previsto na construção de marca, deve-se ter muito cuidado pois, nesse caso, assumir um lado estará muito mais relacionado ao viés de quem é o tomador de decisão do que, realmente, aos reais valores da marca. Além disso, as pessoas estão à procura de marcas de destaque, de posicionamento, as quais demonstrem suas ideologias e valores com transparência e clareza.
Existe certo ou errado?
A diferença de opiniões pode desfazer vínculos, assim como opiniões semelhantes tendem a aproximar pessoas. Seja responsável por seus atos. A partir do momento em que a empresa escolhe um lado, ela se polariza e tais situações dividem o foco da comunicação para o viés da disputa. Da mesma forma, se no posicionamento da marca está previsto que ela tem tal ou qual engajamento, mas na prática se abstém, pode ser vista com rejeição pelo público que a segue pelos seus valores.
As marcas precisam se posicionar em relação aos temas debatidos pela sociedade. Quando uma determinada empresa expõe com autenticidade o seu DNA, a criação de um vínculo mais próximo se torna efetivo. As marcas não são criadas para todos, e sim para aqueles que se identificam com elas.
Mas, lembre-se, a linha é tênue e sempre haverá opositores, por mais transparente que a mensagem seja. O mais importante é o alinhamento de valores, objetivos, linguagem e princípios da empresa.
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Ana Moura é brasileira, relações-públicas e estudante de Relações Internacionais. Gosta de falar sobre tudo. Atua como pesquisadora de Comunicação e Trabalho e de Cultura Organizacional.