Vivemos em uma sociedade centrada no uso e aplicação da informação. O cerne das transformações que presenciamos refere-se às tecnologias de informação, processamento e comunicação, as quais vêm impondo novos desafios para reflexão nas diversas áreas do conhecimento. Além disso, um novo sistema de comunicação que fala uma língua de caráter cada vez mais universal, por meio dos processos digitais, tanto pode fomentar a integração global da produção e distribuição de palavras, sons e imagens, como pode personalizá-los de acordo com os gostos, identidades e usos dos indivíduos. Esse cenário configura a sociedade da informação.
Tal ruptura pode comprometer valores morais vigentes, o que pode nos colocar diante de uma crise ética, ou ainda diante da necessidade de refletirmos sobre uma questão iminente: qual seria a ética da informação presente na sociedade? O questionamento feito nos coloca diante de uma realidade complexa, pois ao mesmo tempo em que o campo digital possibilita o encontro de individualidades e vivências que experimentam um compartilhamento de sentimentos, por outro lado ele também se constitui num espaço informacional que possibilita a expressão de aspectos negativos e violentos deste mesmo ser humano.
O desafio desta reflexão é criar um ambiente de discussões relativas a uma ética da informação, especialmente no que diz respeito às categorias das relações públicas: sociabilidade, espaço, tempo e usos de informação. Para refletir sobre a ética da informação é necessário que haja atitudes de caráter prático e teórico de contínua análise na área da ciência da informação que venham propiciar a definição de um processo que é intrinsecamente inacabado e permanente: a própria disciplina ‘Ética’.
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Ana Moura é brasileira, relações-públicas e estudante de Relações Internacionais. Gosta de falar sobre tudo. Atua como pesquisadora de Comunicação e Trabalho e de Cultura Organizacional.