Fiz uma brincadeira com o título, mas como em toda brincadeira, há um fundo de verdade. A relevância da comunicação para as trocas de informação, relações interpessoais, e até para o registro da história é inquestionável. Eu, particularmente, não vejo vida sem comunicação, seja ela verbal ou não verbal.
Entretanto, a reflexão que trago é: como podemos nos comunicar de forma a alcançar os objetivos desejados? Esta é a premissa de uma comunicação bem-sucedida. E, para isso, três princípios são fundamentais:
1. Clareza no que se quer falar: Comunicar de forma clara e objetiva ajuda a evitar mal-entendidos e a transmitir a mensagem de forma eficaz. Isso tem a ver com intencionalidade.
2. Respeito com quem se fala: Manter um diálogo respeitoso é fundamental para construir relacionamentos positivos e duradouros.
3. Gentileza: O tom e a forma de expressão fazem uma grande diferença. Ser gentil não significa ser subserviente, mas, sim, mostrar consideração e empatia. A gentileza no discurso é o que gera impacto e cria conexões verdadeiras.
Aliás, sobre gentileza e comunicação, desconheço melhor definição que a da escritora e poetisa Maya Angelou: “As pessoas esquecerão o que você disse, as pessoas esquecerão o que você fez, mas as pessoas nunca esquecerão como você as fez sentir”.
A comunicação humanizada na era tecnológica
Nos últimos anos, eventos como o SXSW (South by Southwest) têm destacado a crescente importância da comunicação humanizada, mesmo em um mundo cada vez mais digital. Em 2023, por exemplo, uma das discussões centrais no SXSW foi sobre “tecnologia com propósito”, na qual se debateu o papel da IA na comunicação e como garantir que, apesar dos avanços tecnológicos, a essência humana não seja perdida.
Neste contexto, autores como Sherry Turkle, no seu livro Reclaiming conversation: the power of talk in a digital age, têm alertado para os perigos de uma sociedade hiperconectada, mas carente de diálogos profundos. Turkle argumenta que, apesar das facilidades que a tecnologia proporciona, ela pode levar à superficialidade nas interações, reforçando a necessidade de reconectarmos uns com os outros de maneira mais significativa.
Outro autor que merece destaque é Nicholas Carr, que em seu livro The shallows: what the internet is doing to our brains discute como a internet está mudando nossa maneira de pensar e, por consequência, de nos comunicarmos. Carr alerta que a superficialidade digital pode impactar negativamente nossa capacidade de dialogar de forma profunda e empática.
Tendências recentes e o futuro da comunicação
As tendências atuais mostram uma convergência entre tecnologia e humanização. Enquanto a automação e a IA estão revolucionando a forma como as empresas se comunicam com seus públicos, a personalização e a autenticidade emergem como fatores críticos de sucesso. Conforme Philip Kotler destacou em seu livro Marketing 5.0: Tecnologia para a Humanidade, as empresas que conseguirem aliar tecnologia com um toque humano serão aquelas que liderarão o mercado nos próximos anos.
Nunca tivemos tantas ferramentas para nos comunicar, mas a eficácia dessas ferramentas depende da nossa capacidade de usá-las para criar diálogos significativos. Como dizia o grande pensador Marshall McLuhan, “o meio é a mensagem”. No entanto, eu acrescentaria que, mais importante que o meio, é a intenção e a humanidade por trás da mensagem.
Portanto, ao nos comunicarmos – seja em um simples e-mail ou em uma campanha multimilionária – é vital lembrar que a clareza, o respeito e a gentileza são os verdadeiros alicerces de uma comunicação eficaz. Somente assim poderemos construir pontes que perdurem, mesmo em um mundo em constante mudança.
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Carolina Denardi é especialista em relacionamento e comunicação com mais de 25 anos de experiência e atuação na área, seja como repórter, chefe de redação e apresentadora, seja como assessora de comunicação, imagem e reputação. É apaixonada por pessoas e fazer ponte entre elas e para isso fundou a CD Comunica | https://www.linkedin.com/in/carolinadenardi/ | @carolina_denardi