DNA DE MARCA - O sucesso sempre tem um preço.

Com certeza você já deve ter ouvido falar da marca Stanley, que produz copos e garrafas que prometem manter a bebida gelada por 11 horas ou até 2 dias caso a bebida tenha gelo, e manter a bebida quente por até 7 horas.

A marca produz copos térmicos há mais de 100 anos, mas foi só em 2018 que os produtos viraram febre no Brasil. Só na América Latina a Stanley cresceu 700% nessa época. A marca acabou adquirindo a empresa familiar brasileira Alladdin e ganhou capilaridade e logística para apresentar a empresa para os brasileiros.

O fato do Brasil ser o terceiro maior mercado consumidor de cerveja no mundo – e um país quente – também ajudou a espalhar ainda mais o produto entre os consumidores, mas, como já sabemos, o sucesso sempre tem seu preço.

O método usado no copo Stanley foi criado pelo médico e inventor William Stanley Jr., na cidade de Nova York, em 1913, mas a tecnologia usada tem seu preço; o valor mais baixo de um copo da marca é de 149 reais, o que já pode pesar na hora de decidir a compra.

A empresa, então, sofreu com algo que é bem comum entre produtos que têm muitos fãs, mas envolve um custo mais elevado: a falsificação.

Para enfrentar esse problema, a empresa então decidiu investir em uma ferramenta de inteligência artificial (IA) que faz varreduras online e derruba anúncios de produtos falsificados em e-commerces e redes sociais. A marca conseguiu derrubar 65 mil links desde o início e 15 mil links apenas nos primeiros meses de 2023. Além disso, a Stanley contratou também um escritório de advocacia para fortalecer as ações junto ao poder público, que pretende organizar as denúncias e montar um dossiê para punir as empresas que vendem produtos de origem ilícita.

Para combater ainda mais os produtos falsificados, a Stanley criou um selo anticópia, feito com uma tecnologia suíça de uma empresa especializada em tintas de segurança para moedas e outros produtos e que tem entre os clientes a casa de moeda dos Estados Unidos.

Os selos serão incluídos na parte externa da embalagem e nos próprios produtos da marca. Ao tentar tirar e colocar o selo em outro produto o selo se destrói, mas ele é resistente a lavagem e altas temperaturas, o que garante o reconhecimento de um produto original.

A Stanley chamou a atenção por combater algo que deveria ser o foco da grande maioria das marcas, pois um produto falsificado pode trazer danos à saúde do consumidor, além de prejudicar o financeiro da empresa. Muitas marcas que têm seus produtos falsificados não atuam fortemente no combate à pirataria, o que de alguma forma mostra que elas não se importam com a saúde e a segurança de seus consumidores. O combate a produtos falsificados só traz vantagens para as empresas e os consumidores, mas muitas empresas não enxergam o grande potencial ético escondido nesse ato.

Maria Gabriela Tosin é graduada em Relações Públicas pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR), especialista em Mídias Digitais pela Universidade Positivo e mestranda em Administração na PUC-PR. É criadora do blog pippoca.com, atua como pesquisadora, é autônoma e colaboradora em diversos blogs.