Há alguns meses vínhamos acompanhando a novela entre o empresário Elon Musk e a compra da rede social Twitter. Finalmente essa novela acabou em 27 de outubro, quando o empresário efetuou a compra da empresa pelo valor de US$ 44 bilhões. Mas o que muita gente não esperava era que Musk simplesmente viraria a empresa do avesso em apenas uma semana como dono.
Durante sua primeira semana como CEO, Elon Musk fez muito mais do que CEOs fizeram em anos na cadeira e eu vou trazer algumas atitudes e decisões tomadas pelo empresário.
Vamos começar falando sobre as ações que atingiram diretamente os funcionários da empresa. Musk anunciou que o trabalho remoto iria acabar para todos, revertendo a atual política da empresa que era o de trabalhar de qualquer lugar. Além disso, há relatos de funcionários que teriam sido instruídos a trabalhar em turnos de 12 horas, sete dias por semana para cumprir prazos agressivos, com seus empregos em risco se recusarem.
O empresário também anunciou uma demissão em massa, dizendo que iria eliminar cerca de 3.700 empregos, cerca de metade da força de trabalho. Funcionários relataram que começaram a receber a demissão via e-mail. O empresário também demitiu o ex-CEO Parag Agrawal, o CFO Ned Segal, o diretor jurídico Vijaya Gadde e o conselheiro geral Sean Edgett e dissolveu o conselho da empresa, declarando-se o único diretor do Twitter.
Em relação à rede social, o CEO começou a cobrar para que os usuários recebam uma marca de verificação azul em seu perfil, e também surgiu a notícia de que o Twitter poderia lançar um recurso de vídeos com acesso pago, que permitiria aos criadores cobrar das pessoas para visualizar seu conteúdo. Musk fez uma enquete na rede social perguntando se deveria trazer o Vine de volta, antiga plataforma de vídeos curtos do Twitter. Em um dia, surgiram relatos de que ele ordenou que os desenvolvedores começassem a trabalhar com um prazo de final de ano para a reinicialização do site. O empresário também deixou claro que tentará reativar contas que teriam sido banidas da plataforma, isso inclui o ex-presidente dos EUA, Donald Trump.
O que podemos aprender com tudo que aconteceu em apenas uma semana de Musk no comando? Como ser um chefe e não um líder. Um líder anda de mãos dadas com sua equipe para decidir o que será melhor para todos, um chefe quer apenas comandar e impor suas vontades, e foi exatamente o que o empresário fez. Simplesmente impôs suas vontades aos funcionários e não levou em conta todas as pessoas envolvidas, desrespeitando funcionários e usuários do Twitter, mudando os valores da empresa e pensando apenas na geração de receita. Infelizmente ainda existem muitos CEOs que agem como Elon Musk, mas nem todos eles ganham visibilidade. A pergunta que eu deixo é: você vem sendo líder ou chefe?
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Maria Gabriela Tosin é graduada em Relações Públicas pela Pontifícia Universidade Católica do Paraná (PUC-PR) e especialista em Mídias Digitais pela Universidade Positivo e Mestranda em Administração na PUC-PR. É criadora do blog pippoca.com, atua como pesquisadora, é autônoma e colaboradora em diversos blogs.