DIGITAL INSIGHTS - Perspectivas e preocupações: IA e seu impacto na comunicação. Por Nathália Meireles.

Muito se discute sobre o uso adequado de ferramentas tecnológicas, tais como inteligência artificial, armazenamento de dados em nuvem, CRM, entre outras.

Tais ferramentas estão transformando o mercado e tornando eficientes processos que antes eram extremamente burocráticos e hoje são mais simples e diretos – alguns avanços positivos para a sociedade.

No entanto, como em qualquer progresso tecnológico surgem desafios e, consequentemente, a necessidade de equilibrá-los. Afinal, apesar de ferramentas tecnológicas, por trás sempre estão seres humanos imperfeitos e, muitas vezes, gananciosos.

Até que ponto os valores éticos e a privacidade são levados a sério? Existe um limite para os avanços ou estamos em uma terra sem lei? Certamente, é inviável viver em uma terra sem lei onde os atos não são punidos, não há fiscalização e regulamentação.

Então, qual é o verdadeiro impacto na sociedade e, especificamente, na comunicação? De que forma as ferramentas tecnológicas, como IA, podem impactar o comportamento de todos nós e os meios de comunicação? Vale ressaltar que todo progresso tecnológico é bem-vindo se vem com o propósito de facilitar a vida das pessoas e gerar impacto positivo no mercado.

É de entendimento universal que o impacto que a Inteligência Artificial vem causando tem gerado dúvidas sobre o futuro da humanidade, principalmente no mercado de comunicação. Sendo assim, como lidar com o impacto da Inteligência Artificial na comunicação?

Quem trabalha na área sabe o quão delicado é o mercado e a importância de gerenciar tudo o que acontece. No início deste ano, os profissionais de dublagem se mobilizaram e protestaram sobre a regulamentação da inteligência artificial em seu segmento. O principal propósito do movimento e preocupação dos artistas era serem substituídos por sistemas capazes de imitar suas vozes reais.

Isso nos mostra o impacto e a importância em regulamentar o uso de ferramentas tecnológicas. Não podemos permitir que tudo seja feito sem critérios, pois a falta de moral e de ética é extremamente prejudicial ao mercado.

Outro caso interessante foi o da peça de propaganda da Volkswagen para celebrar os 70 anos de presença da marca no Brasil, que recriou digitalmente, por meio de inteligência artificial, a cantora Elis Regina, que morreu em 1982. No comercial de aniversário da marca, Elis, recriada digitalmente, está acompanhada por sua filha, Maria Rita e, juntas, cantam a icônica canção “Como Nossos Pais”.

No entanto, houve muita polêmica entre o público e os fãs da artista, que questionaram o uso da imagem da cantora feita por inteligência artificial, em vez de contratar um profissional, como uma dublê, para representar Elis. Após a intervenção da CONAR e avaliação da circulação do comercial, foi decidido que o anúncio continuaria no ar.

Em resumo, a evolução das ferramentas tecnológicas, especialmente a inteligência artificial, traz grandes benefícios para a sociedade e o mercado de comunicação, tornando processos mais eficientes e simplificados. No entanto, esses avanços também levantam questões extremamente importantes que devem ter mais foco: questões éticas e desafios regulatórios.

É fundamental que a adoção de ferramentas tecnológicas seja acompanhada por regulamentação rigorosa e ética para evitar problemas e, principalmente, garantir que os direitos dos indivíduos sejam respeitados. Os exemplos citados, como a mobilização dos dubladores contra a substituição por IA e a polêmica em torno da propaganda da Volkswagen com a recriação digital de Elis Regina, ilustram a necessidade urgente de estabelecer limites claros e justos.

O verdadeiro impacto da inteligência artificial na comunicação e em outros setores dependerá de nossa capacidade de equilibrar inovação com responsabilidade, sempre priorizando o bem-estar e os valores humanos.

E você, como acha que os profissionais estão lidando com as ferramentas tecnológicas e conciliando o passado com o futuro?

Nathália Meireles é especialista em Marketing Digital, com foco em conteúdo direcionado para as áreas de Transformação Digital, Inovação e Marketing. Graduada pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR), cursa pós-graduação em Marketing Digital e Transformações Empresariais na Universidade Cruzeiro do Sul. Acredita que a escrita tem o propósito de estimular a geração de insights valiosos e contribuir para a sociedade. Além disso, é a mente por trás do blog Dig. Insights Hub, em que atua como criadora e escritora.