DIGITAL INSIGHTS - O impacto do ambiente tecnológico na Geração Z. Por Nathália Meireles.

Entre todas as gerações passadas e atuais, a Geração Z é, de fato, a que nasceu no ambiente digital. Os nascidos entre 1997 e 2012 podem ser considerados os verdadeiros nativos digitais.

Até recentemente, acreditava-se que o título de “nativos digitais” pertencia aos millennials. Afinal, eles não apenas testemunharam o nascimento e crescimento da internet, mas também acompanharam todo o seu desenvolvimento até o ponto em que estamos. No entanto, quem realmente cresceu junto com a internet foram os jovens da Geração Z, que personificam o ambiente digital, sendo a primeira geração que cresceu com os smartphones, acesso a internet, redes sociais e muito mais.

Basta olhar ao redor para ver crianças mexendo em seus smartphones e assistindo a vídeos divertidos, o que demonstra como elas já estão inseridas no ambiente digital. Mas, a facilidade de acesso a estímulos tão rápidos e viciantes que adultos oferecem a essas crianças é notável e preocupante.

O fácil acesso às informações em tempo real e em qualquer lugar tem levado as crianças a desenvolverem uma “síndrome de urgência”, acreditando que tudo precisa ser imediato e que todas as suas ações, assim como as dos outros, devem ser rápidas. Quimicamente, isto se refere ao excesso de dopamina liberada no cérebro, tornando a sensação prazerosa que esse hormônio proporciona em algo viciante, com sérias consequências a longo prazo.

Diante disso, como esses jovens – quando mais velhos – lidarão com as frustrações de não conseguirem o que desejam imediatamente?

Qual será o custo de ter nascido em uma era totalmente digitalizada, na qual as informações estão sempre disponíveis, bastando apenas uma pesquisa no Google?

Certamente, essa é uma preocupação compartilhada por muitos em relação aos jovens da Geração Z e seu comportamento na sociedade.

Carreira, mercado de trabalho, faculdade, família e saúde mental são algumas das esferas que compõem a vida de qualquer adulto, e todos precisamos aprender a equilibrar essas esferas; ninguém escapa disso. A diferença está em como administrar tantas áreas da vida, equilibrar tantos pratos e, ainda assim, manter essência e propósito.

Não podemos nos perder entre tantas formas de conectividade e esquecer a importância de nos relacionarmos de maneira autêntica. O acesso à internet facilitou de maneira extraordinária a vida de muitas pessoas, independentemente de geração, classe ou escolaridade. Houve uma democratização da informação e do conhecimento para todos, o que não pode ser negado. Mas… e o impacto no uso intenso de smartphones e do acesso constante à internet no desenvolvimento cognitivo dos jovens da Geração Z?

Desde o nascimento, essas tecnologias estão presentes na vida desses jovens. Elas impactam a forma como eles aprendem, processam informações e interagem com o mundo. Tal impacto pode levar à dependência das ferramentas tecnológicas, dado o quão fácil está realizar pesquisas rápidas sobre qualquer assunto e se manter conectado a qualquer hora e lugar.

Além disso, o uso excessivo de smartphones pode interferir nas habilidades sociais e emocionais dos jovens. Em uma era dominada por redes sociais, tais como Instagram, TikTok e Twitter, muitos jovens têm dificuldade em socializar e interagir pessoalmente com outros jovens e adultos.

A exposição constante a conteúdos das redes sociais – que frequentemente apresentam novidades em pouquíssimo tempo -, pode sobrecarregar o cérebro com informações, levando à fadiga mental e a uma menor capacidade de reflexão profunda. Assim, embora o ambiente digital ofereça inúmeras oportunidades, ele também apresenta desafios significativos para um desenvolvimento cognitivo equilibrado dos jovens da Geração Z.

Mesmo nesse ambiente digital no qual todos estamos inseridos, com processos digitalizados e inteligência artificial atuando de forma ativa em vários mercados, é essencial reconhecer e enfrentar os desafios que essa imersão tecnológica apresenta. Isso vale para todos, não apenas para os jovens da Geração Z. É preciso encontrar o equilíbrio entre aproveitar as vantagens da tecnologia e desenvolver habilidades sociais, emocionais e cognitivas de forma saudável.

Não devemos repudiar o avanço tecnológico, pois ele veio para facilitar e melhorar as nossas vidas; o que precisamos fazer é continuar sendo humanos e encontrar o equilíbrio entre a conectividade e o bem-estar mental e emocional.

Nathália Meireles é especialista em Marketing Digital, com foco em conteúdo direcionado para as áreas de Transformação Digital, Inovação e Marketing. Graduada pela Universidade de Fortaleza (UNIFOR), cursa pós-graduação em Marketing Digital e Transformações Empresariais na Universidade Cruzeiro do Sul. Acredita que a escrita tem o propósito de estimular a geração de insights valiosos e contribuir para a sociedade. Além disso, é a mente por trás do blog Dig. Insights Hub, em que atua como criadora e escritora.