COMUNICAR É PRECISO - Não ria com a ironia...

… no mundo corporativo, a ironia agride.

Imagino o processo de comunicação como um movimento, no qual o emissor parte do seu local de fala, busca o ouvinte no contexto dele e o traz para compartilhar seu ponto de vista.

Caminhando em direção ao diálogo, os dois, juntos, se deslocam para um novo lugar de entendimento e produção de sentido comum.

Quando o emissor lança mão da ironia como recurso, não só permanece em seu local de autorreferência para ‘cutucar’ o outro, como ainda joga uma tintura de julgamento ao conteúdo que transmite.

A ironia como figura de linguagem tem um papel de provocar, de chamar o outro a reagir. Cabe muito bem às manifestações artísticas, como o toque ácido ou agridoce em um prato de comida. No entanto, em uma narrativa corporativa, ou em qualquer outra permeada pelo poder, a ironia pode ser uma grande barreira para o movimento da comunicação, dificultar o entendimento, soar como soberba e desconectar relações.

Como um tempero muito marcante, a ironia, fora do contexto apropriado, rouba o sabor da conversa, agride e provoca aftas no entendimento.

Imagem da chamada ‘de capa’: Ryan MGuire.

Fernanda Galheigo é jornalista com foco em comunicação interna e fortalecimento da liderança. Mãe de gêmeos, é apaixonada pela comunicação como forma de cura, ferramenta de gestão e de qualidade de vida.