COMUNICAÇÃO INTERNA E ENDOMARKETING - Acredite, silos institucionais não entregam resultados!

Temos uma educação – ainda – baseada na Era Industrial, em que cada matéria é separada e ensinada sem correlação. Sentamo-nos em salas de aula separados e alinhados, uma classe atrás da outra, com o sinal que alerta o tempo de cada período de aula.

Não estão na grade curricular – da maioria dos colégios – colaboração, cocriação, divergência, alteridade, protagonismo e habilidade de comunicação, esta última exigida ao máximo de todos os líderes. Ensinamos a competição pela melhor nota, no melhor sistema de meritocracia, a obediência sem questionamentos.

No ciclo normal, os estudantes concluem o ensino médio, frequentam as faculdades nos mesmos modelos de ‘hard skills’ e vão para um mercado de trabalho onde a organização é departamentalizada, reforçando a cultura de silos. Por muito tempo fomos acostumados a trabalhar desta forma, sem um propósito, sem saber muito bem o porquê estávamos produzindo.

Sem avisar, o mundo mudou. Os consumidores mudaram e os empregados também! E as organizações? As organizações, assim como o sistema de ensino, estão sofrendo. Sofrendo porque precisam largar a rigidez, o comando e o controle, as regras pelas regras, a cultura paternalista e o olhar segmentado por departamentos… em silos. Esta transformação – jornada – é dolorosa para todos e a exigência do mundo é que ocorra numa velocidade exponencial. Não há tempo a perder!

O modelo de gestão está sendo construído e provavelmente esta construção não será definitiva e nem terá uma fórmula pronta. Somos ‘beta’. Então, como construir uma cultura forte com esta fluidez? Por onde começar? A pesquisa da Edelman Trust Barometer 2017 mostra que não há mais espaço para as organizações fazerem ‘PARA’ as pessoas. Em breve, as organizações precisam fazer ‘COM’ as pessoas. Desta forma, a comunicação se fortalece e dissolve os silos institucionais.

Para fazer ‘COM’ as pessoas, a comunicação deve criar espaços seguros de conversas significativas para apoiar este movimento de transformação da cultura. Conversas que eliminem os silos, os departamentos, que tragam para a consciência que estamos aqui para trabalhar por um propósito único e não para disputar o orçamento do próximo ano ou quem tem mais poder.

Existem diversas metodologias, como o World Café, Pro-Action Café, Investigação Apreciativa, entre outras, que fazem parte do Art of Hosting, que abrem e sustentam estas conversas e trazem colheitas e resultados que importam. Dar voz para seus empregados e confiar que terão soluções para temas significativos é o primeiro desafio de fazer ‘COM’.

Fazer ‘COM’ as pessoas exige ambientes seguros e de confiança, mas com certeza o resultado e o vínculo (não só o engajamento) são muito maiores. Abrir espaços de conversa fortalece a musculatura para que os líderes e liderados estejam mais preparados para o diálogo e orientados para o resultado.

Fabiana Becker é especialista em Comunicação com o Empregado, Comunicação Interna, Endomarketing. É sócia da FALE Consultoras. www.faleconsultoras.com.br