Relações Públicas: visão conservadora - e - revolucionária. Por Manoel Marcondes Neto.

Vamos refletir sobre a visão de Relações Públicas tal como a atividade foi estabelecida pelo meio acadêmico-científico no Brasil?

Antes de mais nada; opino, neste micro ensaio, porque sou RP desde 1978 – quando ingressei no curso de Relações Públicas do Instituto de Psicologia e Comunicação Social – IPCS – da UERJ, tendo nunca mais me afastado do campo, seja estudando, lecionando e pesquisando, seja atuando profissionalmente junto a clientes, como dirigente universitário, e como representante eleito em entidades de classe – Conrerp (2010-2011-2012) e Conferp (2019-2020-2021).

Bem entendido que o estabelecimento acadêmico da área (desde 1967) quase não contemplou o que é a atividade de RP no mundo todo: (a) relacionamento com a mídia e (b) gestão de crises de imagem pública – ambas atividades aqui exercidas majoritariamente por jornalistas, desde sempre.

Para saber todas as 24 subáreas (ou disciplinas) de atuação para RP no Brasil, acesse www.RRPP.com.br.

E, agora, voltando à nossa provocação:

Seria, a nossa, uma visão conservadora:

– Porque busca preservar valores e princípios das organizações  – públicas, privadas e do terceiro setor.

– Porque encara imagem institucional e reputação como ativos, patrimônio.

– Porque objetiva a obtenção de confiança (goodwill), fé pública (public trust) e a prestação responsável de satisfações publicas (accountability).

Seria, ao mesmo tempo, a visão de Relações Públicas, uma visão revolucionária:

– Porque rejeita narrativas políticas, comerciais, enganosas, falaciosas.

– Porque só pode trabalhar com a verdade, com fatos, evidências.

– Porque condena a hipocrisia, o falso moralismo e todas as formas de brand washing.

Um e ao invés do ou

Pode residir aí, nesta contradição em termos, a grande complexidade da atividade de RP no Brasil. Pegando emprestado um conceito da Física, Relações Públicas seriam algo quântico – como a luz, que se comporta como partícula e como onda.

OBS.:

Margarida Kunsch, minha orientadora no doutorado defendido em 2000, na USP e Roberto Porto Simões – professor ao lado de quem participei de “n” bancas de pós-graduação e concurso público -, podem ser considerados mãe e pai conceituais deste escriba que, ao mesmo tempo, nas Relações Públicas, preserva e muda, protege e desenvolve, enaltece e se responsabiliza… tudo junto e misturado… tudo ao mesmo tempo, agora.