Ah... a fiscalização... 3.

Deu n’O Globo, edição de 30/01, em primeira página:

Pelo menos 2 mil caminhões violam a lei por dia no Rio.

Após tragédia na Linha Amarela [anteontem], 111 foram multados ontem só na via [mesma] expressa  111.

Motorista que provocou acidente diz à polícia que falava ao celular quando caçamba abriu e derrubou passarela, matando cinco pessoas…

Pelo menos dois mil caminhões são flagrados e multados diariamente por desrespeitarem as restrições ao tráfego no Rio, mas o número de infrações é bem maior, já que não há radares em toda a cidade. No dia seguinte ao acidente que derrubou passarela na Linha Amarela e matou cinco pessoas, caminhoneiros continuaram ignorando a proibição de circular em horários de grande movimento. Só entre 6h e 10h, na Linha Amarela, 111 foram multados.

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Radares, uma verdadeira “indústria” de multas e tragédias anunciadas. No Brasil, o equivalente – em mortes – a uma guerra do Vietnam por ano assola as famílias. E muitos dirão faltar fiscalização. Das auto-escolas aos “pardais”, do não uso do cinto de segurança à conversa no celular ao volante, do álcool aos “rebites”. Até quando?

Na página 4:

Mais da metade da população tem acesso limitado a direitos.

Déficit é verificado em dimensões não monetárias do padrão de vida.

Mais da metade da população brasileira (60,5%) ainda tem acesso restrito a pela menos um dos aspectos: Educação, proteção social, domicílios com qualidade de espaço e serviços básicos no domicílio… de acordo com o IBGE. 

COMENTÁRIO

Pode parecer desnecessário verificar o que ocorre no país em termos de comunicação institucional quando verificamos esse tipo de dado sobre o país. Mas este OCI acredita que a má qualidade da comunicação de entes governamentais, empresariais e de organizações da sociedade civil corroboram para tal calamidade.

Na mesma edição d’O Globo, a continuação da série “No País do Faz de Conta” (P. 21 e 22):

Ameaça que vem do verde.

Enquanto Brasil fiscaliza agrotóxico em só 13 alimentos, EUA e UE analisam em 300.

Num momento em que se disseminam os benefícios de uma alimentação saudável, com frutas, verduras e legumes, especialistas alertam para os riscos dessa opção. Isso porque o Brasil é o maior consumidor de agrotóxicos do mundo, mas a fiscalização é falha.

De 2002 a 2012, o mercado brasileiro de agrotóxicos cresceu 190%. O setor movimentou US$ 10,5 bilhões, em 2013, ano de ouro para a agropecuária, que teve supersafra e preços de commodities em alta. 

A análise dos alimentos que vão à mesa do consumidor, porém, é bem restrita. No último relatório da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), de 2012, foram analisadas 3.293 amostras de apenas 13 alimentos – 5% do que é avaliado por EUA e Europa. Desses, o resultado de apenas sete foram publicados até agora. Nos EUA, a Food and Drug Administration (FDA), e na Europa, a European Food Safety Authority (EFSA), analisam cerca de 300 tipos de alimentos por ano, inclusive industrializados…

Quase 50% da carne brasileira não passam por controle algum. Setor admite que fiscalização de antibióticos e hormônios é falha.

Ainda na mesma edição do jornal:

Tentativas de fraudes batem recorde no país.

Consumidores brasileiros sofreram uma tentativa de golpe a cada 14,5 segundos no ano passado, diz Serasa. 

No total foram 2.204.158 tentativas de golpe conhecido como roubo de identidade, em que dados pessoais são roubados e usados por criminosos para formar negócios sob falsidade ideológica ou para obetr crédito com a intenção de não honrar os pagamentos, deixando a conta para a vítima do roubo, de acordo com o Indicador Serasa Experian de Tentativas de Fraudes – Consumidor. O resultado é recorde.

E n’O Globo, edição de 31/01, mais:

Infraero paga apenas 5% das multas por infrações [primeira página].

Estatal que administra quase todos os aeroportos brasileiros costuma recorrer contra decisões da agência reguladora e ir à Justiça para não arcar com as penalidades. Brasil tem, em média, 4 fiscais para cada aeroporto. Segundo a Anac, são 571 inspetores em 129 terminais… e a maior parte das multas aplicadas à Infraero se refere a deficiências no controle de acesso às áreas de segurança nos aeroportos.

“O ambiente público já é mal gerido e, quando há aplicação de multas, tudo acaba se enrolando. No caso da Infraero, a Anac vai ameaçar de que forma? Há conflito de interesse”. Renaud Barbosa, especialista da Ebape/FGV.

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