Montadora criminosa no primeiro mundo torna-se 'responsável' no terceiro.

VW

Anúncios publicados e bastante ativados nas redes sociais dão conta de um projeto social da montadora Volkswagen no Brasil. Aqui, neste portal, não é avaliado o eventual mérito conteudístico da proposta, somente o aspecto comunicacional da iniciativa.

É sabido que, hoje, a juventude alemã já não mais sonha com o ‘carro próprio’, preferindo compartilhar a ter veículo próprio para locomoção.

Já no Brasil… a miséria da ideia de propriedade (consumista) de bens continua sendo veiculada por governos, empresas e – como vemos – até ONGs, como sinônimo de desenvolvimento. Triste trópico.

A Volkswagen está envolvida em um escândalo de logro a proprietários de seus automóveis de passeio – tanto na Europa como nos Estados Unidos. Tal crime – ambiental, social, civil – pode mesmo levar a montadora à bancarrota. A menos que os países menos desenvolvidos – como o Brasil – continuem a prover mão de obra barata, clientes ávidos e néscios contratadores de financiamentos a taxas pornográficas (junto ao Banco Volkswagen, entre outros) – sob taxas as mais altas do mundo e, (só) aqui, cobradas ‘legalmente’.

Agora, num exercício parecido com o do ‘greenwashing’ (quando uma empresa se traveste de ‘verde’ sem sê-lo, de fato), a Volkswagen esmera-se, com este projeto – numa nova modalidade, que batizaremos ‘socialwashing’ – quando uma das marcas ‘rainhas’ do asfalto tenta ser majestade também de súditos desprovidos das mais básicas condições de cidadania.