Mais um "Projeto de Marketing" d'O Globo.

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É incrível que o jornal O Globo, após inúmeras imagens e depoimentos veiculados amplamente durante todo o dia de ontem, decida publicar no alto de 8 páginas (da 8 à 15) de seu primeiro caderno da edição de hoje a chamada-manchete “ATAQUE À LIBERDADE DE EXPRESSÃO”.

Em meu entendimento, quem está atacando a verdade factual é O Globo. Não falta convicção a ninguém de bom senso que Santiago Andrade, cinegrafista da TV Bandeirantes, foi alvo fortuito do artefato manipulado pelos dois manifestantes.

Por mais vândalos que sejam os responsáveis (que devem ser punidos exemplarmente), não é razoável, sob nem um aspecto, afirmar – e propagandear – que houve um ataque à imprensa. Se a vítima não fosse um trabalhador do setor, a pauta do jornalismo mainstream teria mudado poucas horas depois.

Regular? Sim, as manifestações!

O aproveitamento desta tragédia familiar – e cívica – presta-se ao mister de  dispor mais alguns tijolos na muralha defensiva que a grande mídia prepara para enfrentar qualquer proposta de discussão de seu modo de operar – e seu alcance, suas isenções, benefícios, poderio econômico – no futuro. Este é o genuíno “projeto de marketing” da mídia oligopolizada brasileira: desmoralizar toda e qualquer tentativa de regulamentar o setor que hoje faz o que quer sobre um marco regulatório (este termo é até impróprio para a caduca lei) de 1962!

P. S.: No noticiário de ontem, na Globo News, não passou despercebido o termo “bolsa-protesto” presente numa pergunta-comentário de Leila Sterenberg ao advogado Jonas Tadeu Nunes.

Sobre Marcondes Neto

Bacharel em Relações Públicas pelo IPCS/UERJ. Doutor em Ciências da Comunicação pela USP, sob a orientação de Margarida Kunsch. Professor e pesquisador da Faculdade de Administração e Finanças da UERJ. Editor do website rrpp.com.br. Secretário-geral do Conrerp / 1a. Região (2010-2012).