Guerra Cultural? É a uberização, estúpido! Não só da Economia, mas de todas as coisas.

Abstraia Bolsonaro no poder e Lula na cadeia. Podia ser o inverso.

Esqueça Olavo de Carvalho e Marilena Chauí – que se merecem.

Delete Cortella na CBN e Karnal na CNN. Compre uma folhinha ‘Seicho No Ie’.

Ouça o povo na praça. Ande pela rua. Observe as pessoas no elevador.

Repare nos hábitos. Não zapeie, preste atenção aos comerciais.

Desligue o celular por duas horas. Sem ‘food delivery’, peça um misto no boteco.

Silencie. Revolva lembranças. Rememore seus próprios sonhos. Os bons e os maus.

Contabilize sucessos e fracassos. Lembre dos sustos. Por onde anda seu irmão?

A mudança que permanece – como ensinou o Buda -, é insidiosa. E silente.

No seu peso corporal, nas práticas quotidianas, na conta bancária, na fé.

Não há revolução. Só evolução, mesmo que se retorne aos tapas e grunhidos.

Uber é termo alemão, mas a coisa não progrediu entre os Tedescos. Por que?

Sem cálice à moda do Chico, procure saber – como sugerem Paula e Caetano.

O ‘boy’ passou batido. Entra o ‘bot’ e… seus problemas acabaram… Ou não.

O patinete estacionou na noite. Baixe o ‘app’ e naturalize o desemprego monstro.

Contemple o Otto eterno no Jardim Botânico e a geringonça – que não é lusitana.

Na guerra cultural, a civilização ocidental desaparecerá sob a ‘nova rota da seda’.

Recorro ao chavão e, sem saída, escrevo: depois não diga que não avisei.

Sobre Marcondes Neto

Bacharel em Relações Públicas pelo IPCS/UERJ. Doutor em Ciências da Comunicação pela USP, sob a orientação de Margarida Kunsch. Professor e pesquisador da Faculdade de Administração e Finanças da UERJ. Editor do website rrpp.com.br. Secretário-geral do Conrerp / 1a. Região (2010-2012).