A empresa "digere" mal a conjuntura e solta... uma nota?

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O “caso” Santander, em nossa opinião,  não fica “solucionado” com a nota acima, colocada ontem no portal do banco.

A cultura de “soltar uma nota”, já comentada neste OCI (link1, link2) espraiou-se de tal modo – do “jornalismo de assessoria” a seus assessorados -, que as organizações agora, assim parece, acreditam estar exercendo uma espécie de “auto-direito de resposta” ao “soltar” uma nota que, digamos, emendaria o dano, o malfeito causado a (assim diria a própria ofendida) Dilma Rousseff.

Os extratos impressos enviados aos correntistas do banco tinham, em sua última página, algo como uma “análise de cenário” que associava a baixa da intenção de voto na candidata do PT (apontada em pesquisas eleitorais) a desempenho prospectivo – em alta – para a economia brasileira.

Ora, o fato é tão esdrúxulo – e inédito – que até os mais empedernidos rivais eleitorais (candidatos e simpatizantes candidatos a votantes) da presidente vieram a público para criticar o descuidado texto institucional do banco.

Tal mal estar é que gerou a “nota” publicada no portal da instituição financeira.

Vai ficar assim?

Com a palavra:

– o Banco Central do Brasil;

– a Comissão de Valores Mobiliários;

– o Ministério Público Federal;

e, até

– o Ministério Público Eleitoral.

Se “a moda pega”, nossas eleições poderão ser resolvidas num “Você Decide” da TV aberta, num reality show da TV por assinatura, ou numa enquete de rádio na rodoviária da cidade…

Não nos parece excesso de zelo. Trata-se de respeito à instituição que é a presidência da República diante de um grave abuso – por meio de uma comunicação institucional – cometido por uma empresa. E estrangeira… se quiser-se apimentar ainda mais a discussão.

O Conselho Regional de Profissionais de Relações Públicas, na sede regional correspondente à praça onde se encontra a matriz do banco, no Brasil, deveria apurar o caso verificando quem é o responsável técnico por tal comunicado. E exercer as sanções devidas ao mesmo, se inabilitado, e à organização. Exemplarmente.

Não é aceitável que este “caso” simplesmente desapareça no rastro de uma nota solta qual… um flato.