Várias conquistas e nenhuma celebração. Por Giovanna Travensolo.

Quantas vezes você já se viu como na situação da imagem acima?

Logo depois de conseguir conquistar algum objetivo ou receber uma boa notícia foi acometido(a) por um sentimento avassalador de “isso não é suficiente” ou até mesmo “ah… OK… mas isso era o esperado, eu preciso conquistar mais e mais para aí então me sentir digno ou digna”.

Pois é, como já cantava Chorão; “cada escolha, uma renúncia”. Mas temos muita dificuldade em entender que para chegar a qualquer lugar temos que abrir mão de outras infinitas variáveis e de que não, não dá e não é saudável querer abraçar o mundo, ter 5 empregos, fazer 3 pós-graduações junto com um trabalho integral.

Parece até um pouco hipócrita escrever estas linhas, porque também luto com esse sentimento ambíguo de querer ficar feliz pelos objetivos que consigo alcançar, mas quase que imediatamente já foco nos outros caminhos que não escolhi ou em como eu poderia ter feito melhor. Mas estou tentando mudar essa realidade e vou contar aqui 4 práticas que faço para atenuar esse sentimento e ser mais gentil comigo mesma.

01. Comemore as pequenas vitórias

Parece bobo, mas diariamente temos pequenas vitórias: aquela programação para o dia que você conseguiu cumprir, aquele elogio no trabalho, aquele planejamento financeiro, TUDO conta! Não é comum que a gente tenha vitórias gigantescas todos os dias, mas se só pensarmos nelas como linha de chegada, vamos esquecer as pequenas vitórias que vamos conquistando gradualmente, dia a dia. Então, comemore e celebre esses momentos!

02. Faça uma lista de tarefas

Já parou para pensar no número de tarefas “invisíveis” que fazemos todos os dias e que por não configurarem uma super-entrega podem até dar a sensação de parecer que não fizemos nada o dia inteiro, apesar de termos feito muita coisa? Pois é! Colocar todas essas tarefas em uma agenda, documento virtual ou caderninho vão te ajudar a contabilizar todas essas ações e também te dar uma sensação de dever cumprido. E aí vale tudo também, desde “enviar o e-mail X”, até “pagar o aluguel”. A cada risco ou “check” nessas tarefas, vamos internalizando essa sensação de dever cumprido e isso nos ajuda a não terminar o dia com aquela sensação de parecer que não fizemos nada.

03. Tenha um “diário” de elogios

Uma amiga muito querida uma vez me presenteou com um caderno de elogios e isso foi realmente um divisor de águas para os dias em que sinto que minha auto sabotadora quer tomar conta de mim. O caderninho de elogios é um “repositório” de elogios alheios. Todo elogio que eu recebo, eu escrevo lá. Assim, nos dias em que eu estou me sentindo insuficiente, angustiada e ansiosa, eu abro o caderno e relembro algumas das minhas qualidades. Recomendo para todo mundo!

04. De tempos em tempos, faça uma auto-retrospectiva

Esses dias refleti com outra amiga minha sobre as inúmeras mudanças e evoluções que aconteceram nesse último ano e eu fiquei surpresa em perceber que eu não tinha noção de quanta coisa incrível eu havia conquistado nesse período de tempo, sem sequer comemorar ou sentir esse gostinho da celebração.

Então, esse é um plano que pretendo colocar em prática! De seis em seis meses ou de ano em ano, quero sentar e refletir sobre todos os desafios, escolhas e vitórias que aconteceram nesse meio tempo e indico que você faça o mesmo. Às vezes é difícil demais lembrar do caminho, da jornada e de tudo que nós mesmos construímos e se não nos forçamos a isso, realmente vamos deixar nossas vitórias de lado.

Giovanna Travensolo é graduada em Relações Públicas pela Unesp e pós-graduada pela Escola Superior de Comunicação Social de Lisboa. Nas suas próprias palavras: “movida pelo poder que a comunicação tem e em como ela pode mover mundos”. Atualmente, é consultora de projetos na Matchbox.