Vou logo deixando bem claro que não gosto dos Black Blocs. Acho que atrapalham o protestos de outrem e que deveriam marcar um confronto com a PM numa manifestação própria.
Mas vimos que a maluquice do arbítrio, mais uma vez, entrou em cena. Decretar prisão temporária de 23 pessoas, acusadas de “formação de quadrilha”, quando muitas sequer se conheciam antes de serem presas, é um precedente perigoso. E ainda quiseram colocar, no mesmo bolo, Fabio Raposo e Caio Silva – que mataram o cinegrafista da Band, Santiago Andrade, com um morteiro potente.
Como se todos os 23 estivessem mancomunados e agindo em uníssono. Como se estivéssemos diante de uma gangue organizada, “financiada pelos sindicatos” (não duvido que algum sindicato tenha se envolvido, porém…), perigosíssima.
Dos 23, 5 foram presos e 18 considerados foragidos. Os presos ganharam uma prisão preventiva, que os manteria em cárcere por mais um mês, se não fosse revogada. Mas o desembargador Siro Darlan concedeu habeas corpus a todos, em caráter liminar.
Infelizmente, na saída de Elisa Quadros, a Sininho, tida como líder do “bando”, a imprensa foi atacada por manifestantes que lá estavam esperando a saída dos presos.
No dia seguinte à prisão preventiva, a companheira Dilma disse que era do tempo em que manifestantes eram presos…
Como se morasse em um outro país, e o estado do Rio de Janeiro não tivesse cometido um abuso absoluto de autoridade.
Imagem: Rudy Trindade – Agência RBS – Rio de Janeiro, 17 de junho de 2013.