The Economist: o monopólio da Globo.

Quando a Copa do Mundo começar no dia 12 de junho, dezenas de milhões de brasileiros irão assistir às festas na TV Globo, o principal canal aberto da televisão do país. Mas para a Globo será apenas mais um dia de grande audiência. Não menos que 91 milhões de pessoas, pouco menos da metade da população, passa pelo canal durante o dia: o tipo de audiência que, nos EUA, acontece apenas uma vez ao ano, e apenas para o canal que ganha o direito, naquele ano, de exibir o Super Bowl, o jogo dos campeões do futebol americano.

A Globo é certamente a empresa mais poderosa do Brasil, dado o seu alcance em tantos lares. O seu concorrente mais próximo, a Record, tem uma audiência de apenas 13%. O canal de TV mais popular dos Estados Unidos, a CBS, tem apenas 12% da audiência durante o horário nobre, e seus principais concorrentes oscilam em torno de 8%.

Em outros lugares da América Latina grandes empresas de mídia estão no meio de dramas da vida real. Na Argentina, o Grupo Clarín está sendo dividido pelo governo e, no México, estão tentando fazer a Telmex de Carlos Slim emagrecer.

Mas o governo do Brasil é mais dócil para com os proprietários de meios de comunicação. Eles ajudam os Marinho a adaptar-se ao clima político. O Sr. Roberto Marinho foi um firme defensor, de 1964-1985, da ditadura militar do país; hoje seus filhos vivem de uma forma mais liberal, em um Brasil democrático e ficam fora dos olhos do público. No ano passado, o jornal O Globo publicou um pedido de desculpas pela política de seu pai na seção “erros” de O Globo.

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