Saiam da caixa, procurem conhecer os seus públicos através de interpretações de cenários.
Desta vez vou falar um pouco sobre o papel do relações-públicas dentro da organização.
Para começar, um RP não é um assistente ou um secretário do Director Geral. E o departamento de Comunicação e RP não é um departamento de festas.
Eu digo que é o departamento mais divertido, sim… mas eu sou RP e sou apaixonada pelo meu trabalho. Não tem essa coisa de ter que acordar para ir trabalhar, o que tem é uma paixão que me faz acordar todos os dias.
Vamos falar sobre o que faz um profissional do RP nas organizações e como comunica com os clientes internos e externos.
Para começar, o que é um RP?
Para quem trabalha na área, sabe que por vezes, é difícil explicar exactamente o que é, e o que o profissional faz. Infelizmente, ainda existem empresas que não percebem a necessidade de ter este profissional no quadro da sua empresa. Acredito que ainda haja necessidade de incutirmos nas organizações a importância de ter este profissional.
Posso arriscar e definir Relações Públicas como a área responsável por criar relações entre as várias audiências de uma empresa, sejam internos ou externos (clientes, parceiros, futuros clientes, media, público em geral). O seu principal papel é o de criar relações saudáveis e sustentáveis, gerando resultados e proporcionando óptimas experiências para todos.
Numa única frase, podemos dizer que ‘Relações Públicas é a actividade que cria e executa estratégias de relacionamento e de comunicação para atingir os objectivos de negócio’.
E é o profissional de RP que cuida, e muitas vezes, colabora para criação da imagem da organização, tendo em vista a comunicação interna e externa. Significa que este profissional trabalha com diferentes tipos de mercados e, consequentemente, pessoas diferentes e, para garantir que o seu trabalho seja bem feito, deve ter muito cuidado ao criar as suas estratégias e a forma como lida com as pessoas.
O profissional deve ser uma pessoa sensível e deve lembrar-se que está a lidar com uma diversidade de públicos, que possuem culturas, opiniões e valores distintos. Em todas as organizações, em algum momento, vão impôr-nos que façamos coisas erradas, mas o papel do RP é garantir que se faz a coisa certa.
Os RPs são a ponte entre o colaborador, cliente e a Direcção da empresa. Uma atitude errada pode estragar todo o trabalho que foi feito e conseguido durante anos. Lembrem-se que é sempre melhor levar uma pancada ao dizer a verdade do que pôr em risco toda uma imagem, em troca de uma palmadinhas nos ombros.
Como já falamos anteriormente, ele relaciona-se diretamente com o público da marca que representa: seja uma empresa, um artista… Deve preocupar-se não só com a imagem que o público tem do seu cliente, mas também em estabelecer uma comunicação directa e fluida com ele. É papel do profissional de Relações Públicas construir a reputação e identidade do seu empregador perante o público, gerindo crises, mediando conflitos e desenvolvendo alianças estratégicas. Parte desde a resposta a um e-mail, atender uma chamada, ou organizar uma conferência de imprensa.
É muito importante que o profissional tenha a capacidade de conversar cara-a-cara com as pessoas, que tenha uma aproximação fácil com todos os públicos.
Olhando para o público interno, a comunicação interna é de vital importância para que todos os funcionários e directores estejam alinhados com a política de gestão da empresa de forma que reflitam para o público externo uma conduta homogênea. Para que a comunicação surta os efeitos desejados deve ser feita uma análise do clima organizacional da empresa e definir estratégias que farão com que a empresa atinja os seus objectivos.
Hoje em dia é prática festejar todos os feriados importantes e criar eventos internos em torno disso. O que se pretende alcançar? Porque fazemos eventos internos? O que leva a participação dos colaboradores?
Primeiro, os eventos internos de uma organização devem ter um objectivo claro de uma meta que a empresa pretende alcançar. Podemos fazer eventos constantes, newsletters, mas se não existe uma comunicação dos objectivos, estas acções ficam invalidadas. As pessoas que participam, fazem-no por obrigatoriedade, ou, porque um lanche cai bem…
É preciso que cada acção seja acompanhada por uma mensagem, e o RP deverá ter a habilidade de, em coordenação com a Direcção, assegurar que a comunicação seja clara e transparente.
Todas as pessoas têm a agenda ocupada. O que nos faz aderir a determinado programa ou acção? Falei sobre isso no artigo sobre ‘Liderança e comunicação’… a motivação. Volto a referir que, só um grande líder comunicador poderá garantir que as multidões se movam, que sigam as acções traçadas. Isso passa por uma comunicação eficiente, motivadora, clara!
Para quem não leu esse artigo, convido-o a fazê-lo agora.
E fora do ambiente de trabalho? O RP deve conhecer toda a rede de comunicação que é formada por instituições públicas e privadas. De frisar a importância da relação desta rede. É importante também que a empresa esteja preparada para a gestão de crise. É importante criar relações e passar a imagem pretendida da empresa e prevenir futuras crises.
Além de ter um vasto conhecimento da empresa onde trabalha, deve estar sempre actualizado de todas as novidades do mundo e principalmente da área da tecnologia e comunicação. Existem diversas atribuições para um profissional da área de Relações Públicas, entre elas a de planear, executar, administrar e gerir as acções de comunicação.
Uma das principais características deve ser a de estrategista, devendo ter um olhar critico, raciocínio lógico e rápido para a tomada de decisões, e, habilidade em negociar. Por isso, o profissional tem sempre uma visão ampla dos problemas e consegue solucionar da melhor forma possível.
Hoje em dia está muito na moda, o marketing e um café.. qualquer coisa, vamos beber um café e conversar sobre o assunto. Porque fugimos do escritório? Porque saímos do ambiente corporativo e vamos beber um café? Para reforçar as relações.
No ambiente corporativo as pessoas são mais formais, as reuniões são de 30 minutos, cada vez mais rápidas e directos à resolução do assunto… mas quando queremos construir relações temos que dar-nos tempo para criar uma empatia e, ao sairmos do nosso ambiente, mostramos que estamos realmente interessados em ouvir.
Apesar de não ser uma profissão tão nova, o mercado está em pleno crescimento e expansão, e já algumas empresas compreendem melhor a actuação do profissional de Relações Públicas e sua importância para o desenvolvimento da organização. Acredito que esta seja a profissão que mais crescerá nos próximos dez anos e todos os profissionais que estão a formar-se agora serão, de alguma forma, introduzidos no mercado de trabalho.
Se estás em dúvida se esta profissão é certa ou não, repara que, é a profissão do futuro. A informação está cada vez mais rápida, e tudo gira à volta da comunicação. Sem uma comunicação eficiente nenhuma organização pode sobreviver aos tempos de crise, nem retenção de talentos, quanto mais a ter equipas de alta performance.
O papel do relações-públicas dentro da organização está a tornar-se cada vez mais importante – uma boa comunicação com os públicos-alvo, consumidores da organização, público interno – é fundamental para o sucesso no mercado!
Há tempos disseram-me que qualquer pessoa pode ser comunicadora, que pode fazer uma newsletter, um evento… eu acredito que sim! Mas entre nós, sem a especialização certa, sem a avaliação do clima da organização e sem metas, serão apenas investimentos sem retorno!
Se quiseres alguma dica sobre o assunto, contacta-me e eu estarei disponível para ajudar-te em qualquer questão.
Gostaste do artigo? Partilha!
Tens sugestões, críticas? Contacta-me!
–
Sylla Faruk é profissional de Comunicação e Relações Públicas com de 15 anos na área. Sylla, por ela mesma: ‘A minha vocação é a minha maior paixão!’.