Agradeça todas as pessoas que passaram pela sua vida. As que se foram e as que ficaram. Todas ensinaram algo e não chegaram em vão. O acaso não existe. Tudo tem um propósito, uma lição.
Existem pessoas que trazem desconforto, geram dúvidas, desinstalam as possíveis certezas e não navegam na mesma onda. Impõem as suas verdades, estão sempre atentas às falhas apontando as fragilidades. Mesmo sendo de difícil convívio, elas também são necessárias – por um tempo curto – é verdade. Ninguém deseja sentir a sua energia sendo drenada. Elas ensinam como não lidar consigo e com o outro. Viram bússola, pois nos despertam, sinalizando novos caminhos, outras conexões.
Quem dera elas fossem sempre de convívio rápido, pois podem contagiar e nos conduzir para o outro lado da leveza. Por isso, aceite a passagem destas pessoas, mas não se acostume. Fique mais tempo aonde a sua presença é celebrada e sua energia é reconhecida.
E, para não ficarmos reféns de companhias tóxicas, de histórias incompletas ou mal digeridas, é tempo de aprender a viver de frente com o nosso roteiro, imprimindo coragem, mesmo ele querendo falhar.
Como a vida é muito curta para cafés fracos e momentos mornos, aprecie as pessoas que, mesmo tendo que partir, cruzaram com intensidade pelo seu caminho. Elas transformam o comum num dia de Sol, ficam tatuadas na gente e despertam o nosso lado adormecido, ajudando a recalcular a rota. “Calma, o tempo que afasta é o mesmo que cura”, como afirma o poeta Allan Dias Castro. Aceite.
E como muito de tudo vira saudade, esteja presente de verdade em cada momento. Seja inteiro, verdadeiro, pois isso não é esquecido e agrega valor para cada lembrança.
Então, um brinde ao inesperado e às diversas formas de viver, de frente para os fatos. Que os bons momentos sejam o suficiente para entrarem na categoria do “para sempre”. E, se for possível, se transforme na recordação inesquecível de alguém, aquela que aquece o coração e que transforma o trivial em algo fantástico. Aceitar a finitude é um processo, nem sempre leve, lembrando que, mesmo que tenha passado, não foi em vão! Valeu!
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Neusa Medeiros é jornalista, com pós-graduação em Metodologia do Ensino Superior. Sócia-diretora da empresa Edição 3 – Comunicação Empresarial, com diversificada atuação na área. Atuou, por vários anos, como assessora de imprensa e professora universitária na Unisinos, e como colunista no Jornal VS, do Grupo Editorial Sinos, onde segue como colaboradora.