Rizoma: o que é? Por Denise Rugani Töpke.

Na coluna anterior do mês de fevereiro, escrevi que a Responsabilidade Socioambiental Empresarial contemporânea tem se configurado como um rizoma. O objetivo do texto de hoje é explicar melhor em que consiste esta perspectiva, a fim de contribuir para o entendimento da noção de R$C proposta no livro ‘Responsabilidade Socioambiental no Brasil’, de minha autoria.

A noção contemporânea de RSE é rizomática – na perspectiva filosófica de Deleuze e Guattari (1995) – porque não tem começo nem fim, opera por linhas e fluxos e ‘desliza’ entre os diversos campos do saber.

Um rizoma não tem estrutura definida e escapa de configurações prévias, constituindo-se de novas formas a todo o instante (FERREIRA, 2008). Caracteriza-se pela ‘raiz fasciculada’ e pela multiplicidade. Não é sujeito nem objeto; é um corpo sem órgãos que só existe como agenciamento em conexão com outros agenciamentos (DELEUZE; GUATTARI, 1995).

Assim, a RSE influencia e é influenciada pelos diversos atores sociais (mídia, empresas, ONGs, consumidores, comunidade, governo, fornecedores, entre outros). Esses, por sua vez, se configuram em uma ‘rede-rizoma’ (DUFOUR, 2005) como elementos de um ‘rizoma verde’ (TAVARES; IRVING, 2009) e, assim, influenciam-se mutuamente na produção dessa noção contemporânea de Responsabilidade Socioambiental Empresarial.

No próximo texto abordarei o papel da mídia nessa construção ‘compartilhada’ de Responsabilidade Socioambiental Empresarial.

Denise Rugani Töpke é doutora em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social (UFRJ), mestre em Comunicação Social (UERJ), pós-graduada em Gestão de Pessoas (UNIGRANRIO), e em Marketing (IAG/PUC-Rio), graduada em Relações Públicas (UERJ). É professora do ensino superior há 10 anos. Coordena o curso de Marketing da Faculdade Gama e Souza desde 2008. Autora – com Fred Tavares – do livro ‘R$C: Responsabilidade $ocioambiental Compartilhada no Brasil’ (Appris, 2019).