Desde março, o ano de 2020 está sendo marcado por diferentes desafios para as pessoas e as empresas. Com a pandemia de coronavírus, a proibição de aglomeração e o distanciamento social recomendado, os pequenos e os grandes negócios estão sendo impactados por mudanças nas suas estruturas organizacionais.
Bares, restaurantes e comércios, no geral, que ainda não utilizavam o ambiente digital tiveram que se adaptar ao meio, com o delivery ou e-commerce para sobreviverem ao comportamento de consumo atual. Mas, alguns segmentos foram afetados diretamente como o turismo, entretenimento – shows, cinemas, espetáculos – e o transporte, como é o caso da Uber. Certamente, se você era usuário do aplicativo, deve estar usando com menos frequência ou nem o abre há meses, não é mesmo? A Uber, recentemente, divulgou os números do segundo trimestre de 2020 em seu site:
- Queda de 29% no faturamento total da empresa;
- Queda de 67% no faturamento total do aplicativo de transporte;
- Queda de 44% nos usuários ativos por mês nos dois aplicativos: transporte e alimentação;
- Quebra de 56% no número de viagens realizadas, globalmente.
Por outro lado, o Uber Eats, aplicativo de alimentação da empresa, apresentou os seguintes dados:
- Aumento de 103% no faturamento total;
- Aumento de 50% no número de restaurantes parceiros;
- Mais de 500 mil estabelecimentos na plataforma, globalmente.
Apesar de toda a discussão sobre a empresa não gerar lucros e as divergências com relação ao vínculo empregatício entre a empresa e os motoristas, em diversos países, a Uber é uma das empresas com um modelo de negócios que depende do ambiente offline e online.
Outro setor prejudicado pela crise de coronavírus foi o de entretenimento. Muitas casas de shows, bares e restaurantes, alguns que sobreviveram há anos, foram fechados em cidades pelo Brasil. Outros estão se movimentando para acompanhar o comportamento do público. Algumas companhias de teatro estão exibindo peças online, cantores – em parceria com marcas – têm realizado lives que já ficaram famosas durante o isolamento, cinemas e até shows já estão testando o modelo drive-in, e congressos – agendados presencialmente – estão sendo realizados por plataformas virtuais. Esses são alguns exemplos de reações para tentar enfrentar a crise, nem sempre tão lucrativas, mas que visam as plataformas virtuais desde streaming até conteúdos digitais, como oportunidades para dialogar e oferecer experiência ao público.
A verdade é que o digital sempre esteve desafiando os modelos de negócios mais tradicionais que ainda resistiam a essa migração de mindset. Mas, com uma crise que surgiu da noite para o dia, afetando drasticamente a economia, a presença online tem sido o único meio de negociar com o consumidor e tentar salvar as vendas. Tudo está em fase de teste e o futuro ainda reserva outras novas mudanças.
Mas, um aprendizado pode estar sendo construído no meio do caos: as marcas nunca devem ignorar o comportamento do seu público. Novas formas de consumo sempre irão existir. Readaptação e reinvenção são palavras de ordem para se manter no mercado.
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Imagem: Fitore F por Unsplash.
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Nathália Corrêa é bacharel em Comunicação Social pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e tem MBA em Marketing Digital. Atua na gerência de marketing e mídias sociais.