PAPO DE TERÇA - Bacurau e a pandemia do coronavírus: a cura vem das pessoas. Por Nathália Corrêa.

O mundo enfrenta uma das piores crises dos últimos tempos, a pandemia de Covid-19. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o primeiro caso confirmado foi em dezembro de 2019, na China. Em poucos meses, a doença se espalhou rapidamente, atingindo países da Europa e América, chegando até o Brasil.

A prevenção individual, os devidos cuidados com a higiene, foram recomendações feitas rapidamente pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Mas e a prevenção profissional? Na era das fake news, qualquer informação acaba sendo recebida com desconfiança. E foi assim, na incerteza da gravidade da situação ou na falta de estrutura para a execução de home office, que muitas empresas seguiram com funcionamento normal até o decreto das autoridades.

Dos pequenos aos grandes empresários, autônomos e trabalhadores informais, empresas de diferentes setores – alimentação, agências de turismo e comunicação – vivendo um período em que todos sentem-se perdidos. Clientes com receio de perder seus clientes, trabalhadores temendo pelo próprio emprego, gestores estudando maneiras mais eficazes para driblar esse momento sem causar grandes impactos nas suas finanças e organizações aguardando a ordem de superiores. E novamente, a pergunta: como reagir? Só é possível todos saírem dessa com a colaboração de cada um.

Esse cenário me lembrou o aclamado filme de Kleber Mendonça Filho, ‘Bacurau’, em que a população de um pequeno povoado do sertão brasileiro é atacada por um inimigo desconhecido e só é possível vencer essa ‘guerra’ com todos agindo juntos, um ajudando o outro. Sem distinção por classe ou condição financeira, eles conseguem vencer o inimigo através da colaboração e da coletividade.

‘Bacurau nos mostra que, mesmo desprovidas de recursos e da estrutura das grandes cidades, as pessoas não vivem alienadas e podem criar suas próprias organizações de trabalho, comunicação e sobrevivência. Assim, só conseguem vencer a guerra contra um inimigo invisível se unindo.

São tempos difíceis para todos nós, muitas empresas preocupadas com a sobrevivência dos seus negócios, outras revelando a imaturidade para a gestão de crise e há aquelas que só pensam em gerar buzz. Em contrapartida, algumas empresas – como a Ambev –, anunciaram a produção de álcool em gel para ser doado a hospitais públicos dos municípios que apresentam mais casos da doença.

Outro exemplo de atitude consciente partiu do Globoplay, serviço de streaming da Globo, que anunciou a liberação de um pacote de séries e filmes gratuitos durante 30 dias para ajudar não-assinantes a enfrentarem a ‘quarentena’ em casa.

E, por fim, destaco o iFood, que com o aumento do serviço de delivery, divulgou uma mensagem pedindo apoio e colaboração aos entregadores e pequenas empresas. Confira aqui.

Com pequenas ações, tanto as marcas quanto as pessoas (de líderes a colaboradores) podem demonstrar humanidade e presteza conectando-se por uma característica mais valiosa que qualquer riqueza: a empatia.

Imagem: Google.

Nathália Corrêa é bacharel em Comunicação Social pela Universidade Federal de Juiz de Fora (UFJF) e tem MBA em Marketing Digital. Atua na gerência de marketing e mídias sociais.