­­Organizações pacientes: diagnóstico, planejamento e saúde comunicacional. Por Nayara Brito.

O ano está acabando e este é o momento ideal para planejar o próximo: reunimos a equipe, fazemos brainstorming, pegamos a sugestão de um, do outro, analisamos o que deu certo, o que deu errado e, assim, seguimos com o início de uma das etapas mais primordiais da comunicação, o planejamento. Esta é a hora em que estratégia e ideia se unem em uma parceria de criatividade para que os resultados do porvir sejam tão bons quanto os anteriores.

No entanto, a euforia de planejar uma ótima comunicação para um novo período que traz consigo a expectativa criada sobre o novo, aquilo que podemos começar do zero, quase como um renovo organizacional ou departamental, pode fazer com que nos tornemos comunicadores impacientes ao invés de pacientes. Daqueles que se automedicam, sem se importar com o seu real diagnóstico e tentam aliviar dores com soluções comunicacionais que apenas enganam os sintomas, não atuando onde realmente deveriam, ou seja, na causa-raiz delas.

O fato é que não podemos trabalhar apenas em cima de sintomas, porque sintomas nos revelam infinitas possibilidades de males existentes. E não só isso: para tais males há uma infinidade de tratamentos diferentes… E estar atento a esses sinais e manifestações é, sim, importante, mas apenas o diagnóstico dará o laudo necessário para que uma decisão assertiva seja tomada: prescrever e iniciar o tratamento – que é o planejamento – mais eficaz e indicado para aquele problema específico.

Neste contexto é válido enxergarmos a comunicação como um tipo de tratamento para diversos tipos de dores que nossos públicos – e até mesmo nós mesmos –, como organizações, tenhamos internamente. Mas – aqui – atenção: comunicação não é remédio universal para todas as dores, portanto não tem eficácia onde a causa-raiz seja maior que sua força de atuação – tipo má (di)gestão, sabe?

Por isso, saber exatamente o diagnóstico comunicacional da organização é o ponto chave para iniciar qualquer tipo de planejamento ou prescrição que seja realmente focado no desenvolvimento de uma comunicação estratégica e criativa, que gere resultados positivos, atuando com e por meio de verdadeiros e bons “cura dores”.

Muita saúde para o seu 2022! Para nós! Para as organizações! Para a comunicação!

Nayara Brito é relações-públicas e dedica suas escritas a temas que geralmente causam inquietações e questionamentos em sua mente. Sempre pautada em assuntos que se originam da comunicação como um todo, procura transmitir um pouco de suas reflexões, experiências e estudos por meio de seus conteúdos. Acompanhe seu trabalho também em https://www.linkedin.com/in/nayarabrito/