Construímos, atualmente, novos cenários para a comunicação das grandes corporações de mídia televisiva, radiofônica, impressa, digital e do papel da imprensa independente e alternativa, entendida como não vinculada a uma empresa privada, pública ou estatal, ou algum grupo econômico. E configuramos, aos poucos, a constituição da oposição entre a mídia tradicional e a imprensa independente e alternativa, tendo como suporte material as novas tecnologias da informação.
Como a nova tecnologia da informação associada aos novos cenários da liberdade da imprensa e do fenômeno da contradição da opinião pública na era da internet pode realizar a mediação da opinião numa sociedade globalizada? Ademais, partindo do pressuposto da liberdade de imprensa, como garantir que a sociedade resolva a contradição da opinião pública?
O fenômeno da opinião pública é contraditório porque contém em si, ao mesmo tempo, a universalidade dos princípios constitucionais, do Direito e da Ética, junto com a particularidade dos direitos e interesses dos cidadãos. Ora, esta contradição encontra a sua solução por meio da mediação da liberdade da própria imprensa dentro de um quadro de legalidade democrática.
Esta é a força do paradoxo da comunicação brasileira: efetivar a mediação da tensão irracional entre os polos opostos e do singular na liberdade de imprensa. As leis, a burocracia em troca de poder, se tornam, claramente, busca de manter o patrimonialismo histórico brasileiro – o que nos remete aos melhores contos de ficção que poderíamos ter.
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Ana Moura é brasileira, relações-públicas e estudante de Relações Internacionais. Gosta de falar sobre tudo. Atua como pesquisadora de Comunicação e Trabalho e de Cultura Organizacional.