NOVA COLUNISTA: Mariah Guedes - Comunicação enquanto possibilidades...

Olá, primeira semana de 2022. E olá, colegas! Não sei como era para vocês, mas todo começo de ano antes do início da pandemia do novo coronavírus costumava ser igual para mim: uma agenda em branco, uma lista de resoluções e, pelo menos, 365 possibilidades diárias de novas realizações. Era essa sucessão de dias que me guiava, um indicativo de normalidade que marcava o cotidiano: os horários de trabalho, os momentos de descanso, os encontros com as pessoas, os sonhos do que estava por vir. Até que aconteceu “tudo isso” que tem nos asfixiado há 2 anos… Sobre esse tema, podemos levantar questões filosóficas, psicológicas ou de qualquer outro campo social, mas, neste espaço, quero falar pela ótica da Comunicação.

Comunicar em tempos de incerteza não é tarefa fácil. Ou simples. No entanto, empresas (e marcas) que reconhecem o poder do seu papel na sociedade também devem saber identificar qual posicionamento adotar nestas ocasiões de crise generalizada. Vimos o reforço a comportamentos seguros em termos sanitários, o incentivo à vacinação em massa, a recomendação de hábitos mentalmente saudáveis para lidar com o inevitável, ou mesmo as dicas de economia domiciliar para quando nosso lar virou nosso lazer e nosso trabalho (e até nossa prisão). Neste período, se você foi uma empresa (ou profissional de comunicação) com propósito, alinhamento de discurso e noção do seu impacto, você se movimentou para emitir uma nota sobre qualquer um desses assuntos (preferencialmente todos eles) – principalmente em plataformas digitais.

Mais do que midiatizada, a comunicação foi virtualizada. De forma bastante simplificada, podemos pensar que, se o primeiro adjetivo faz referência à difusão de informação por canais em geral, o segundo se refere à imitação. E, desde o início de 2020, parece que estamos vivendo em um cenário simulado que tangencia a nós mesmos (metaverso, é você?). Por isso que, devido ao domínio das redes sociais de internet, gosto de pensar no processo comunicativo a partir de três “i”s: mais imediato, mais intenso e mais interativo (não necessariamente nessa ordem alfabética que meu cérebro escolheu para categorizá-lo). Enquanto o imediatismo e a interatividade são potencializados pela rapidez, a intensidade sofre com pouco aprofundamento. E é nessas horas que cada profissional da área precisa refletir sobre seu alcance e se manifestar. Para que serve a nossa comunicação? Ela é assertiva? Clara? Eficaz? Empática? Não-Violenta?

A comunicação é potente. É uma força condensada que depende de trocas sociais e do entendimento de suas mensagens. Dentre todas as habilidades que a comunicação nos permite, aliás, uma das que mais admiro é essa possibilidade de compreensão. E ela precisa ser praticada para ser inteligível – e aí está o meu chamado. Por isso, agradeço a sua leitura e aproveito para me apresentar: sou Mariah Guedes, mestra em Comunicação & Cultura, publicitária, produtora cultural, educadora midiática, especialista em Marketing e estudiosa da área de dados. Mas, acima de tudo, sou uma defensora da comunicação enquanto aquilo que pode acontecer. E é sobre isso que falaremos por aqui às quartas (usando rosa). Até a próxima.

Mariah Guedes é mestra em Comunicação & Cultura, leitora ávida, canhota e macaense. Acompanhe sua trajetória acadêmico-profissional em https://br.linkedin.com/in/mariahguedes.