NOVA COLUNISTA: Fernanda Rufino - Passado, presente e futuro: como as novas tecnologias podem impactar a Comunicação Interna.

No longínquo ano de 2012, eu entregava minha monografia sobre as novas formas de Comunicação Interna na era das mídias sociais. Escolhi esse tema porque iniciei minha jornada profissional na área de CI em uma grande empresa do setor de Telecomunicações, que contava com mais de 100 mil colaboradores e diversas filiais.

O desafio da Comunicação Interna naquela empresa era imenso, pois precisava garantir o alinhamento da comunicação e o engajamento dos colaboradores em uma estrutura robusta. Naquela época, o trabalho envolvia realizar eventos corporativos, campanhas de incentivo e projetos culturais, além de alimentar com conteúdo os veículos internos, entre eles, jornal mural, intranet e e-mail.

Lembro que, no início dos anos 2010, as redes sociais se consolidavam no cotidiano das pessoas, e as discussões sobre seu potencial como novos canais de comunicação e marketing estavam cada vez mais frequentes. Isso despertou em mim a vontade de pesquisar mais a fundo e entender como aquelas novas mídias poderiam, de fato, impactar trabalhos como os que eu executava.

De forma geral, o estudo mostrou como as novas tecnologias, especialmente as mídias sociais, estavam transformando a Comunicação Interna, modificando as formas tradicionais de interação. A pesquisa também mapeou a adoção das novas mídias pelas empresas e as estratégias para integrá-las de maneira eficaz, abordando a necessidade de políticas e diretrizes para gerenciar esse novo cenário. Entre os novos canais mencionados, estavam os blogs corporativos e redes sociais internas. A monografia finalizava com reflexões sobre as possíveis evoluções futuras, à medida que as tecnologias digitais continuavam avançando e moldando as dinâmicas das organizações.

Após revisitar esse trabalho acadêmico tão marcante para mim, fiquei pensando: como seria escrever sobre novas formas de Comunicação Interna em tempos de Employer Branding e aceleração tecnológica, como vemos nos dias de hoje? O que não poderia faltar nessa monografia?

De imediato, a Inteligência Artificial me veio à mente. Ferramentas como chatbots, capazes de responder perguntas frequentes, auxiliar em processos de onboarding e apresentar processos, trouxeram um avanço tecnológico sem precedentes para a Comunicação Interna.

Outro canal essencial que me ocorreu foram as plataformas de comunicação digital, como Microsoft Teams, Slack e Google Chat. Trata-se de ferramentas fundamentais para troca de mensagens, videoconferências e repositório de arquivos, que desempenham um papel vital na comunicação do público interno.

As TVs Corporativas também substituíram com maestria o antigo jornal mural, tornando a disseminação de informações estratégicas para o público interno mais dinâmica e atrativa, já que vídeos prendem mais a atenção do que textos.

A gamificação, com plataformas como Kahoot!, a figura dos influenciadores internos e ferramentas de colaboração online – como o Miro – também são inovações que não podem faltar em um estudo sobre Comunicação Interna, hoje.

Lembro que, na defesa da minha monografia, a banca ficou muito curiosa sobre o tema das mídias sociais aplicadas à Comunicação Interna e achou o assunto “moderno” para a época… rsrs.

Hoje, sinceramente, me pergunto: com tantas inovações tecnológicas à nossa disposição, será que um tema como esse ainda despertaria interesse? A resposta ficará para os futuros estudos, porque, afinal, a evolução não para nunca.

Fernanda Rufino é graduada na área de Comunicação Social pela UERJ, com ênfase em Relações Públicas, e tem especializações em Gestão de Marketing pela UFRJ e Gestão Empresarial pela FGV. Atua como assessora de Comunicação e Imprensa, desenvolvendo estratégias de comunicação voltadas para a imagem institucional, reputação, engajamento e posicionamento de marca.