NOVA COLUNISTA: Débora Abreu - A comunicação se faz onde as coisas acontecem.

Existem diversos desafios que cercam a comunicação com o público interno. Os famosos ruídos, o acesso aos canais e a distância física são alguns deles. Mas, hoje, que tal refletirmos um pouco sobre a comunicação voltada para a área fabril?

Assim como a dinâmica do telefone sem fio, a informação perde a sua veracidade conforme se distancia da origem. Alcançar todos os funcionários também se mostra desafiador para as grandes companhias, pois quanto mais distantes do negócio, menor o sentimento de ligação e engajamento. Neste cenário, vale ressaltar que não se trata apenas da distância física, mas da conexão que a empresa desenvolve no dia a dia com seus profissionais.

Para ilustrar um pouco mais esta realidade é importante tratar dos colaboradores “desconectados” mas que fazem parte da operação. Como democratizar o acesso e garantir abordagens que envolvam a todos, quando parte do público não possui contato com ferramentas como o e-mail, intranet, entre outras? Como reconhecê-los, contar suas trajetórias e representá-los em campanhas e iniciativas, quando não estamos presentes em suas rotinas?

De fato, ainda que existam perfis diferentes, com atividades diversas, em locais e com focos específicos, não podemos esquecer de promover a integração entre todos. Se falhamos no compartilhamento de informações relevantes sobre todos corremos o risco de despertar o sentimento contrário ao de pertencimento.

Durante a minha vida acadêmica e profissional foram várias as vezes em que ouvi que a comunicação precisa estar junto das pessoas, percorrendo a produção, vestindo o EPI e jogando luz nos bastidores. As pessoas querem se ver, ver seus colegas e departamentos, ser representadas e reconhecidas como protagonistas em seu local de trabalho.

Promover os valores, as estratégicas, ouvir e atuar com todos os níveis hierárquicos, em especial com o chão de fábrica – que representa grande parte da força de trabalho nas organizações -, melhora o relacionamento e aumenta a identificação com a companhia.

A comunicação é, sem dúvidas, o meio no qual os processos são interligados. Mas, para que esse caminho seja possível é preciso ter visão sistêmica, ir até as fontes e estabelecer processos que contribuam para que a comunicação chegue a todas as áreas e seja também ouvida por elas. Quanto mais próxima a comunicação for, melhor a integração e o alcance de resultados para a corporação.

É na linha de frente que entendemos – profundamente – o que acontece na empresa, que damos vozes às pessoas que fazem acontecer, mostramos os desafios e as conquistas. Quando adotamos isso em nossa rotina, entendemos o verdadeiro propósito do nosso trabalho: construir relações e sentido para o que nos move.

Você também enfrenta esses desafios? Compartilhe nos comentários qual é a estratégia que utiliza para estar próximo dos seus stakeholders.

Até a próxima!

Débora Abreu é relações-públicas apaixonada pela área da comunicação e suas inúmeras possibilidades. Com vivência internacional e nas áreas de comunicação e marketing, encontrou na profissão o seu lugar e a oportunidade de fazer o que ama.