NOVA COLUNISTA: Adriana Medeiros Gonçalves - Construindo uma empresa humanizada com inovação, engajamento e compartilhamento.

Como em outros temas aos quais se tem dedicado a literatura de negócios, também no campo da chamada cidadania corporativa, a presença frequente de algumas empresas na mídia vem contribuindo para que se tornem verdadeiros ícones do que consideramos uma organização humanizada.

Quando uma empresa inicia o processo de criação de identidade da marca (branding), uma importante parte é deixar bem claro quais são seus valores, missão e visão. A cultura organizacional entra para auxiliar a colocar na prática o que foi definido no papel. Ela deve ser vista pela equipe gestora como um meio para alcançar os objetivos da empresa.

Exemplos de valores:

  • Gente que inspira e transforma
  • Somos o que compartilhamos
  • Atuamos juntos e pelo todo

Exemplos de missão:

  • Cultivar a diversidade nos fortalece
  • Superar as expectativas nos move
  • Voluntariar sempre

Exemplos de visão:

• Construção e compartilhamento do sucesso considerando todas as partes interessadas
• Diálogo permanente levando ao desenvolvimento equitativo
• Atuação sustentável, local e globalmente

Experiência vivida

“A Suzano tem a diversidade e a inclusão como premissas para ser uma empresa melhor a cada dia.

Por ocuparmos um território tão vasto em um país tão diverso, reconhecemos a importância de refletir em nossos colaboradores a pluralidade de nossa sociedade. E essa pluralidade se expressa em gêneros, etnias, faixas etárias, orientações sexuais, nacionalidades, crenças, expressões estéticas, deficiências físicas e intelectuais.

Para nós, valorizar a diversidade e estabelecer diretrizes de inclusão também significa assegurar um ambiente de trabalho de respeito e ética, que garante que cada um possa plenamente ser quem é e desenvolver seu potencial completo. Somado a isso, acreditamos que um time mais diverso amplia a capacidade da empresa de compreender as demandas do mercado e da sociedade. E para estimular o tema na organização, contamos com o ‘Plural’, um movimento orgânico e voluntário de colaboradores interessados em promover a diversidade, que realiza ações por meio de diversos grupos de afinidades na companhia.

Inspirar e transformar está em nossa essência. Queremos promover mudanças positivas no mundo. E que seja de dentro para fora. Por isso, temos o Programa Voluntariar, que incentiva colaboradores, prestadores de serviço, familiares e parceiros a participar como voluntários em iniciativas que reforçam nossos direcionadores de cultura. Por meio de projetos como Formare, Suzano na Escola, Voluntariar em Ação e outras iniciativas voluntárias, o programa promove o exercício da cidadania e o protagonismo social para construção de uma sociedade melhor”.

De acordo com o citado acima, atribui-se à cultura organizacional a função de fazer com que os valores, missão e visão da empresa realmente estejam presentes na rotina dos funcionários. Essa cultura se manifesta em elementos bem além do cumprimento de regras formais impostas pela gestão, podendo ser vista em crenças, costumes, símbolos, linguagem, e até na estrutura física da empresa – ou seja, tudo o que forma sua identidade corporativa.

O mais importante é buscar manter muito bem alinhada essa cultura organizacional com as outras estratégicas da marca, sejam elas financeiras ou operacionais, para nunca perder de vista o propósito da empresa. O trabalho de mantê-la é constante e deve ser incorporado à rotina da gestão e reforçado sempre que houver a oportunidade, apontando para os colaboradores o quão importante é acreditar no serviço que está sendo prestado à sociedade.

Porque é importante ter essa cultura em sua empresa?

Uma companhia que tem como missão tornar-se, entre outras coisas, uma referência em seu ramo de trabalho, e que possui uma forte cultura de busca por inovação, estará disposta a sair de sua área de conforto e assumir riscos.

E sua cultura será praticada efetivamente pelas equipes de liderança, como fica claro em um estudo feito pela Universidade Duke, o qual reuniu a opinião de 5 mil executivos estadunidenses e europeus a respeito da cultura organizacional. 90% dos entrevistados crêem que ela interfere bastante nos resultados, mesmo que apenas 15% tenham dito que possuem uma cultura organizacional bem consolidada em suas empresas.

O alinhamento dos funcionários com os valores da empresa beneficia ambas as partes, já que pessoas motivadas e que acreditam no trabalho que estão exercendo fazem toda a diferença em uma companhia. A cultura organizacional auxilia na transição dos colaboradores para dentro da empresa e deixa todos “na mesma página”, facilitando a trilha de cada um como funcionário, e este processo acaba fortalecendo a imagem da companhia.

Os 3 elementos da cultura organizacional

A cultura organizacional conta com três etapas de construção: artefatos, valores compartilhados, e pressuposições básicas:

– O primeiro nível da cultura organizacional é composto pelos artefatos, sendo eles a parte mais visível. Trata-se de situações que todos passam ao se deparar com uma organização, incluindo os padrões das sedes, dos funcionários, produtos e serviços.

– Os valores compartilhados compõem o segundo nível do processo de consolidação de uma cultura. Nessa fase estão a divulgação e a prática efetiva dos valores proclamados em todo o ambiente organizacional.

– Por fim, há as pressuposições básicas, as quais compõem o nível mais profundo da cultura organizacional. Elas representam o modo de agir dentro do ambiente organizacional, incluindo situações não definidas pela gestão da empresa, ou seja, o modo de agir que não é guiado por diretrizes formais. Crenças inconscientes, percepções e sentimentos que ditam as ações das pessoas são definidas nessa etapa. O exemplo da liderança é crucial nesta instância.

Referência

https://www.suzano.com.br/a-suzano/gente-e-cultura/

Adriana Medeiros Gonçalves é mestre em Comunicação pela Faculdade Cásper Líbero e participante do grupo de pesquisa Estudos Culturais na Comunicação Contemporânea (ECCC), certificado no CNPq. Pós-graduada pela ESPM, foi pesquisadora na Universidade de São Paulo. Graduada em Marketing pela Universidade Paulista, com especialização em Marketing Internacional pela University of Central Florida (EUA). Autora e gestora de projetos culturais e educacionais: Tenda Cultural, Arte Urbana, Arte na Tela e Aninha Contadora de Histórias. Desenvolve habilidades e conhecimentos em diversas empresas nas áreas de Comunicação, Marketing, Comercial, Gestão de Negócios, Eventos, mídia impressa e digital, publicidade legal e projetos especiais. Em 2017 criou o portal Mêddêro Conexão de Negócios, desenvolvendo ações colaborativas e humanizadas numa sociedade consciente.