No final é tudo sobre B2C. Por Juliane Maciel.

Essa semana li o artigo sobre ESG da Carolina Cunha, Gerente de Comunicação e Marketing da Microcity (empresa que preso e admiro por ter uma visão de mundo muito próxima da nossa).

A cada parágrafo, dado do artigo, eu encaixava mentalmente um setor, uma empresa ou um gestor de nosso convívio.

Metodologias, certificações, boas práticas. É um mundo corporativo tão cheio de siglas que às vezes me pergunto se elas de fato fazem sentido (como deveriam, claro).

Do gestor de RH ao copeiro, do fornecedor de matéria-prima à agência de publicidade, todos são afetados da mesma forma?

Carol (para os íntimos, cita algo importante em seu artigo):

“Foi-se o tempo em que uma empresa construía o seu patrimônio à custa do sangue, suor e lágrimas dos outros. Em décadas passadas, era comum ver uma empresa estrangular seus fornecedores em negociações abusivas que só favoreciam o lado mais forte, ou ganhar dinheiro em cima dos seus clientes que tinham pouca base de comparação entre produtos e serviços para fazer sua decisão de compra. Era comum, ainda, ver funcionários exaustos, que odiavam os seus empregos, e precisavam ser vigiados de perto por um carrasco, ops, um supervisor, para entregarem o seu trabalho. E tudo o que estava da porta para fora de uma empresa não era problema dela. Se meu fornecedor tem alguma prática duvidosa, isso é problema dele”.

Sério; qual de nós não sofreu ou sofre com uma ou mais dessas ações citadas acima ainda hoje?

Quando a empresa tem cultura familiar a gente até releva (o que não deveria ser feito). Mas… e empresas com práticas ESG?

A mudança de postura estratégica (como eu chamo aqui) é urgente, emergencial.

Quanto tempo ainda faremos isso? Quando tempo levará para que as empresas mudem suas práticas?

E, vale lembrar, no mundo do imediatismo social, cada vez mais essas ações expostas estão para o consumidor e para quem mais quiser ver. Basta um celular gravando o diretor de uma grande rede gritando com seus fornecedores, ou um gerente de compras ser flagrado com prints falando sobre seu caixa 2.

O que quero hoje é gritar o seguinte: Se sua empresa possui indicadores ESG, faça-a – de fato – enquadrar-se a curto prazo (mesmo que pareça longo o caminho)!

Não estamos tratando aqui simplesmente do que é ecológico, das pessoas que são ajudados pelas instituições ou das que possuem governança, tudo vai muito além disso.

Não é só sobre plantar um jardim na entrada, é entender se o seu fornecedor também está comprometido com ações sustentáveis.

Não é só sobre um time bem remunerado, é entender se o parceiro tem o mesmo proceder e o time dele trabalha com a alegria de estar numa empresa em dia com seus impostos.

Não é só sobre ajudar uma instituição social mensalmente, é abraçar a sociedade e se tornar relevante como empresa tendo transparência nos relacionamentos.

Não é valorizar apenas os stakeholders, mas trabalhar com estratégias conscientes para manter o seu time. Capacite-o, treine-o, valorize-o.

É fazer valer sua missão, seus valores, sua ética, suas boas práticas.

E, minha gente, estou falando tão superficialmente sobre tudo que dá até medo de não ser compreendida. É que existe muita organização com boas práticas cujas pessoas não dão um “bom dia” para a recepcionista.

Cada pequeno item desses tem tantos desdobramentos que valeria criar um produto digital sobre cada um (- planeta Terra chamando!).

No final, é tudo sobre pessoas e como você impacta a vida delas. Só se pode causar uma primeira boa impressão uma vez. Produzir confiança entre pessoas é como pote de vidro sensível. Quando se quebra, raramente se conquista novamente. Vale para todos os stakeholders: time interno, fornecedores, parceiros, clientes.

Repito: no final, é tudo sobre B2C. Reflita.

Procure ler, pesquisar e contar para seu gestor, CEO, CMO etc., o que pode ser feito e como sua empresa pode se adequar verdadeiramente às métricas.

Apesar de o caminho ser árduo (como sempre é), sonho em um dia chegarmos lá.

Vamos conversar mais sobre isso?

Eu sou Juliane Maciel, diretora executiva na @loopvideo_produtora e owner na @souordo e Coffee Hunter na @oitenta.cafe

Me encontre no Ig: @jumacieloficial