No fim do túnel... há as Relações Públicas. Por Andrea Nakane.

Vivemos em tempos conturbados, estranhos mesmo!

Na era pós-sociedade da informação, encontramos a comunidade global como a menos informada de todos os tempos, apesar da vastidão de meios comunicacionais. A geração de hoje é considerada menos desenvolvida em seu intelecto do que a sua progenitora.

As conexões ganham cada vez mais bytes e telas, enquanto o contato com o outro “olho no olho” torna-se algo inusitado. Se fala tanto em Inteligência Artificial, mas estamos em uma crise total de Inteligência Humana.

Cada vez mais os ambientes se tornam nocivos à saúde mental e emocional das pessoas.

E para isso não há tecnologia que nos cure, pois toda essa toxicidade vem diretamente das pessoas. Tornou-se algo raro ter respeito, nobreza e muito menos humanidade nas relações.

A robotização geral foi além de processos e operações, ela atingiu seu criador, que tanta energia investiu em suas descobertas progressivas e deixou de lado o mais importante a sua empatia e senso de civilidade.

Não há dúvidas que tempos bárbaros estão a nos esperar. E, infelizmente, sem a conotação de algo mais popular e lúdico, mas com seu significado real, de algo cruel, selvagem.

Não podemos retroceder aos tempos bárbaros, somos seres sociais, que necessitam viver em harmonia, respeitando todos, sem exceção.

Passou da hora de criarmos um movimento Volta, Humano, principalmente no contexto corporativo.

O cenário é aterrorizador mesmo, mas de vez em quando precisamos ser mais que esperançosos, no melhor estilo Pollyanna, que Ariano Suassuna me perdoe.

Segundo levantamento do Instituto Semesp (*) sobre empregabilidade no setor acadêmico, realizada entre agosto e setembro deste ano, reunindo respostas de mais de 5 mil formados de 178 instituições brasileiras, tendo como perfil 96,9% dos entrevistados, formados em uma instituição privada, as Relações Públicas se destacaram no ranking dos cursos com maior empregabilidade no ensino superior.

No ranking, ao lado de graduações tradicionais da saúde, como Medicina e Odontologia, as Relações Públicas, atingiram 75%, mesmo percentual de Design, referente a índices de formados empregados e atuando na área em que estudaram.

Sim, Relações Públicas, atividade profissional secular, está em projeção galopante na atualidade, justamente porque sua essência está nos relacionamentos, no diálogo com os diversos públicos que orbitam um órgão público, pessoa física ou jurídica, entidade do Terceiro Setor e mesmo do Quarto Setor, buscando ativar laços produtivos e sólidos.

Como profissional com mais de três décadas de atuação no mercado e apaixonada pelo ofício de formar novos colegas como docente, esse indicador da pesquisa me fez ver uma luz, ainda pequena, mas muito estimuladora.

E entre a solvência e ruína dos tempos contemporâneos, as Relações Públicas demonstram seu valor e podem, sem nenhuma dúvida, ser uma solução integradora a outras, por uma sociedade global, mais justa, saudável e, realmente, humana.

Eu sempre acreditei e irei continuar acreditando no poder das Relações Públicas, que passam, a cada dia. por mais valorização, reconhecimento e perspectiva de dar ao ser humano seu verdadeiro protagonismo.

(*) https://www.cnnbrasil.com.br/educacao/historia-radiologia-e-mais-veja-ranking-de-graduacoes-com-mais-desempregados/

Andrea Nakane é bacharel em Comunicação Social, com habilitação em Relações Públicas. Possui especialização em Marketing (ESPM-Rio), em Educação do Ensino Superior (Universidade Anhembi-Morumbi), em Administração e Organização de Eventos (Senac-SP), e Planejamento, Implementação e Gestão da Educação a Distância (UFF). É mestre Hospitalidade pela Universidade Anhembi-Morumbi e doutora em Comunicação Social pela Universidade Metodista de São Paulo, com tese focada no ambiente dos eventos de entretenimento ao vivo, construção e gestão de marcas. Registro profissional 3260 / Conrerp2 – São Paulo e Paraná.