No texto anterior, do mês de março, vimos que a característica rizomática da RSE contemporânea configura-se através de uma influência mútua entre os diversos atores sociais (mídia, consumidores, governo, empresas etc.). Assim, a mídia é um importante ator social que influencia na construção dessa noção atual da Responsabilidade Socioambiental Empresarial.
Na perspectiva filosófica de Deleuze e Guattari, a mídia produz agenciamentos maquínicos de desejo e coletivos de enunciação, funcionando como uma ‘máquina semiótica’ que pode produzir desejos e criar demandas por meio de seus dispositivos de controle social.
O tema da RSE, por sua vez, tem sido cada vez mais abordado na mídia, não só por ter se tornado relevante no momento presente, mas porque, em uma perspectiva de RP, a mídia representa um stakeholder importante para viabilizar ou não o negócio de uma empresa, na medida em que divulga para a sociedade os aspectos favoráveis ou desfavoráveis dessa atividade (BARROS, 2013).
Estudos preliminares nas revistas Exame e no Guia Exame de Sustentabilidade – os quais, posteriormente, resultaram na publicação do livro ‘R$C: responsabilidade $ocioambiental compartilhada no Brasil’ (2019), de minha autoria, apontaram que os stakeholders têm recebido cada vez mais destaque na cobertura jornalística das práticas de responsabilidade socioambiental adotadas pelas empresas.
As organizações estão percebendo que administrar o relacionamento com seus diferentes públicos é crucial para colocar em prática ações de RSE. Mas, então, qual o discurso da mídia que predomina na abordagem do tema da RSE? Continuaremos na próxima coluna. Até lá!
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Denise Rugani Töpke é doutora em Psicossociologia de Comunidades e Ecologia Social (UFRJ), mestre em Comunicação Social (UERJ), pós-graduada em Gestão de Pessoas (UNIGRANRIO), e em Marketing (IAG/PUC-Rio), graduada em Relações Públicas (UERJ). É professora do ensino superior há 10 anos. Coordena o curso de Marketing da Faculdade Gama e Souza desde 2008. Autora – com Fred Tavares – do livro ‘R$C: Responsabilidade $ocioambiental Compartilhada no Brasil’ (Appris, 2019)