Menos estratégia de brindes e mais propostas de valor. Por Nayara Brito.

Planejar uma campanha de comunicação interna ou formular alguma ação para datas comemorativas, sempre nos leva ao seguinte pensamento: será que eles – os colaboradores – irão gostar? Pensar no contentamento das pessoas que trabalham na organização é fundamental, mas só isso não basta. É fato que a estratégia do brinde leva em conta a satisfação de quem o recebe, no entanto, será que leva em consideração a estratégia de negócio de quem dá?

Receber presentes realmente é algo muito bom, porém o momento em que estamos vivendo – pandemia – a entrega de produtos se torna difícil, ainda mais quando se tem colaboradores espalhados pelo Brasil inteiro. Tanto a eficácia da logística quanto o custo dos envios, podem se tornar grandes barreiras para fazer a ação do brinde dar certo.

Entretanto, este é um ótimo cenário para refletirmos sobre os presentes que as organizações estão oferecendo. Quando não se pode entregar fisicamente, que outro tipo de demonstração de carinho, valorização e reconhecimento elas podem oferecer a seus colaboradores e que terão um impacto positivo e significativo?

O Dia das Mães deste ano é um bom exemplo disso. Muitas empresas realizaram lives – transmissões ao vivo pela internet – para proporcionar às suas colaboradoras uma reflexão sobre temas como maternidade e carreira, comunicação não violenta com os filhos, home office na quarentena, entre tantos outros. Esse tipo de ação faz com que as organizações tenham uma relação mais próxima e empática com seu público de interesse, explorando novas maneiras de ampliar a conexão entre empregado e empregador. Além disso, ela se mostra preocupada e interessada em desenvolvê-los não somente como profissionais, mas também como pessoas em constante aprendizado e evolução, proporcionando assim, novas experiências dentro e fora do trabalho.

Essa foi uma alternativa que as empresas encontraram e que deu super certo: engajou e agradou ao público que participou. Não foi preciso dar brindes ou presentes. Foi preciso se fazer presente, estar presente. Entender a necessidade do seu público e considerar seus aspectos humanos são fundamentais para descontruir a mentalidade do brinde pelo brinde. Em um momento que se vive o dilema da ‘distância’, ações que envolvem e aproximam as pessoas umas das outras, mesmo que por meio da internet, deixa o coração de muitos mais aquecido. Um ótimo presente, não?

Então devemos parar de dar brindes?

Não precisamos abolir os brindes corporativos de nossas estratégias. A ideia não é essa. Entretanto, precisamos entender que o brinde pelo brinde não produz tanto efeito. Se tornando comum, ele deixa de ser apreciado, correndo o risco de ser, muitas vezes, desprezado.  Por isso,  o convite que se faz baseia-se na percepção de que os presentes entregues, sejam eles da forma que for – físicos, virtuais ou outros – tenham mais proposta de valor e mais significado. Afinal, brindar nossas taças, em ocasiões especiais, sem falar ‘saúde’, não faz sentido. Pense nisso!

Nayara Brito é relações-públicas e dedica suas escritas a temas que geram identificação e transformam pensamentos. Produtora de conteúdos organizacionais focados em comunicação interna, sempre busca trazer em seus textos o toque especial de uma comunicação mais humanizada. Acompanhe seu trabalho também em https://www.linkedin.com/in/nayarabrito/.