A área de relações públicas ocupa-se de cuidar da reputação e imagem institucional, concorda? Pense no planejamento de ações para criar, divulgar e manter uma boa imagem, seja através de assessoria de imprensa, marketing de conteúdo, eventos, comunicação interna e monitoramento da opinião pública ou… marketing de influência… é aí que surge a preocupação.
O marketing de influência iniciou-se a partir da forma como as redes sociais passaram a influir sobre a decisão de compra do consumidor, com a divulgação de opiniões, demonstrações, depoimentos e verdades ditas por pessoas aleatórias sobre determinado produto ou serviço… algo que pode, a qualquer momento, acabar com a reputação de uma instituição renomada, sólida e reconhecida.
Mas, por que as pessoas estão dando tanta importância para esses influencers? O que faz esses se tornarem autoridade sobre um determinado assunto? São especialistas, estudiosos, doutores em determinados produtos e serviços? Na maioria das vezes, não. São pessoas comuns que possuem milhões de seguidores fieis (hoje, já nem precisam ter um número significativo) que confiam nas suas recomendações, transformando a experiência de consumo, tornando-a mais interativa e imersiva. Silva e Tessarolo (2016), dizem que influencers são pessoas que possuem uma relevância nas redes sociais e que possuem a capacidade de mobilizar um grande número de seguidores, pautando opiniões e comportamentos e até mesmo criando conteúdos exclusivos, expondo seus estilos de vida, experiências, opiniões e gostos que acabam tendo uma grande repercussão em determinados assuntos.
Para os autores Safko e Brake (2010), a influência é a base de construção de todas as relações economicamente viáveis. Podemos dizer que o poder que os influenciadores têm em mãos é o conteúdo por eles gerados que resolvem problemas emocionais ou funcionais das pessoas participantes das suas comunidades, as quais se identificam com aquele tipo e formato de conteúdo. Conforme Zendesk (2023), influencers surgiram em uma sociedade em que as pessoas se tornaram ainda mais dependentes da tecnologia – com a crise da Covid-19. Com isso, foram gerados também impactos na forma de consumo.
De acordo com Suhrawardi (2016), os seguidores de um influenciador digital têm afinidade com ele e, por isso, tendem a preferir comprar os produtos e serviços recomendados por ele. Por outro lado, esses profissionais também possuem sua marca própria e são responsáveis por sua reputação e legitimação social.
Por que é necessário ter cuidado numa parceria com influenciadores?
Assim como uma opinião dada pelo influenciador mal interpretada ou uma ação que desagrade sua audiência podem abalar a reputação de uma marca, o contrário também é verdadeiro. O influenciador também pode ver sua carreira digital naufragar se ligar seu nome a uma marca de reputação duvidosa.
Entretanto, marketing de influência é uma realidade que a cada dia cresce. O conteúdo de vídeos interativos e imersivos deve ganhar mais espaço. A revista Meio & Mensagem apresenta dados afirmando que o marketing de influência foi o que mais cresceu em 2024, passando para um valor estimado de US$ 24 bilhões. Contudo, a publicação afirma que neste ano muitas marcas planejam centrar suas estratégias de marketing de criadores na construção de relacionamentos com membros leais de suas comunidades de marca em vez de estrelas da mídia social. Além disso, muitos especialistas concordam que um número maior de marcas e agências buscará criadores e seus insights para ajudar a informar suas estratégias mais amplas de marketing e branding em 2025, em vez de simplesmente aproveitá-los como porta-vozes da marca. E, para ajudá-los, poderão contar com novas ferramentas generativas de IA (GenAI), mas isto é assunto para outro artigo.
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Daniela Fofonka é relações-públicas e publicitária formada pela ULBRA, com MBA em Marketing pela Uniritter e especialista em Gestão de Pessoas (ULBRA), com expertise de mais de 20 anos em estratégias de relacionamento e eventos corporativos.