Se o tempo envelhecer o seu corpo, mas não envelhecer a sua emoção, você será sempre feliz, decretou o psiquiatra e escritor Augusto Cury. Acredito muito nesta afirmação. Mesmo passando por algumas provações, manter a emoção intensa, fluindo pelas ventas, ajuda a conservar o espírito jovem. Afinal, que idade tem a nossa alma? É muito bom se conhecer. Focar no possível. No que é bom.
É preciso destilar as situações que não são favoráveis, nos machucam, que incomodam, e viver de forma clara, menos acadêmica, mais pop, melhor e mais leve. É claro, que não estamos imunes ao sofrimento, mas equilibrar a balança, enterrar o sofrimento, literalmente, não cultivar o que está dando errado e virar a página é, muitas vezes, uma questão de sobrevivência. Cada decisão traz dúvidas, mas nos coloca em movimento, mesmo que a opção seja não avançar, não resolver. Isso também é uma escolha. Se permita mudar. Afinal, somos mutantes.
Olhando p’ra dentro de mim, percebo que a minha alma nunca para de se adaptar, pois entende que viver com satisfação é um grande desafio. Agora, finalmente, estou me permitindo. Vivendo e aceitando as pausas como vírgulas, algumas como ponto e vírgula, outras como reticências. Ah… sem deixar de lembrar a importância da exclamação e até do ponto de interrogação – enquanto não chega a hora do ponto final (e que demore!).
É assim que estou fazendo essa travessia. Avançando e recuando sempre que percebo que aquele fluxo não me levará para lugar algum. É um caminho pessoal e intransferível, onde corro riscos, mas também saboreio a vida.
O tempo não volta, nem olhando para trás, mas que bom que o tempo passa e leva o passado, mas não o que passamos. Como diz o poeta Allan Dias Castro, … a tal da hora certa não chega ao mesmo tempo p’ra todo mundo. Se não é o tempo do outro, que te situa, a hora certa é a sua. Afinal, não existe hora errada, quando o compromisso é a própria vida.
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Neusa Medeiros é jornalista, com pós-graduação em Metodologia do Ensino Superior. Sócia-diretora da empresa Edição 3 – Comunicação Empresarial, com diversificada atuação na área. Atuou, por vários anos, como assessora de imprensa e professora universitária na Unisinos, e como colunista no Jornal VS, do Grupo Editorial Sinos, onde segue como colaboradora.