Se as coisas são inatingíveis… ora!
Não é motivo para não querê-las…
Que tristes os caminhos, se não fora
A mágica presença das estrelas
Mário Quintana
O futuro, que sempre tentamos espiar e desvendar, se apresenta como tendências a ser analisadas visando estarmos melhor preparados para investir em nosso bem mais precioso – o tempo.
E que notícias temos do futuro?
Nesta coluna, destaco quatro pontos que entendo relevantes porque podem mudar nossa forma de estar no mundo.
1. O império das emoções sob o comando da I. A.
As milenares emoções humanas são investigadas, catalogadas e identificadas pela I. A. (Inteligência Artificial) por meio de novos artefatos. O avanço da I. A. e de estudos da Psicologia e da Neurologia permitem que o catálogo das emoções humanas seja ampliado e o debate enriquecido com novas teses.
Mapas da emoção são divulgados, mas ainda não somos capazes de programar a emoção.
Os novos estudos de mapeamento das emoções de Rosalind W. Picard, do Media Lab (MIT) Lisa Barret Feldman que amplia o rol de cinco emoções básicas de Paul Akeman impactam áreas como Psicologia, Neuropsicologia, Ciência de Dados, Marketing Digital dentre outras.
2. O futuro da pandemia se concentrará na saúde mental
A pandemia nos trouxe muitas perdas, isolamento e incertezas, e um esgotamento que ainda estudamos e de que buscamos saídas para nosso equilíbrio mental. A saúde mental ganhou destaque e sua verdadeira importância parece estar sendo tardiamente reconhecida.
O aumento de casos de ansiedade, depressão, burnout e estresse obrigou planos de seguro-saúde e empresas a incorporarem mais especialistas “psi” em seus quadros.
Elevar os níveis de autoconhecimento para garantir a segurança emocional dos ambientes será mandatório nos próximos anos.
3. A diversidade no trabalho se tornará multidimensional
Disse a escritora Ella Bell Smith, “se todas as mulheres não avançam, nenhum grupo avançará a longo prazo”. Os dados de recentes pesquisas IBGE mostram que as mulheres são responsáveis por mais de 50% dos lares brasileiros, o que significa que já estamos no comando da economia doméstica que movimenta um mercado importante. Ainda somos minoria na liderança de empresas e há barreiras enormes a serem vencidas, tanto pessoais como estruturais e culturais para equidade de gênero.
Percebemos também a compreensão de que a presença de pessoas mais velhas no mercado de trabalho cria uma cultura inclusiva que favorece os negócios. Segundo o estudo de Tendências e Comportamentos Digitais 2021, da Report Comscore, há uma alta do público 45+ que se lançou na internet para ficar.
Em dezembro de 2021, a Organização Mundial de Saúde retirou a classificação de “velhice” como doença da CID-11, abrindo caminhos para projetos intergeracionais que permitam a presença de pessoas mais velhas no mercado de trabalho.
4. As pessoas serão mais “donas” de suas carreiras
A curadoria de nossas carreiras será obrigatória nos anos vindouros não apenas pelo advento de novas profissões, mas pela longevidade conquistada que nos permite experimentar várias carreiras, obrigando-nos a aprender para sempre.
A mentoria de Educação e Carreira cresce a cada dia nos setores público, privado e Terceiro Setor mostrando-se como uma tendência em especial na mobilização de liderança.
A mentoria é um aprendizado e hoje aprender é cuidar da gente e de nossa carreira.
Alguns pontos podem ser ressaltados para explicar a tendência ao crescimento de atividades formativas em Educação e Carreira:
a) Ter uma mentalidade lifelong learner – de aprendizado ao longo da vida – é mandatório no século XXI.
A mentoria pressupõe um desejo de aprender para sempre, tanto de quem recebe a mentoria como de quem a faz. A troca é que possibilita a transformação desejada porque ilumina pontos cegos, faz perguntas que não foram feitas até aquele momento e valoriza cada história de vida como eixo estruturante de mudanças desejadas.
b) O mundo do trabalho exige níveis altos de autoconhecimento para identificar lacunas no desenvolvimento profissional que podem ser aperfeiçoadas para a promoção de escolhas assertivas e saudáveis para o autodesenvolvimento e a curadoria da carreira.
Autoconhecimento permite realizar análises mais confiáveis sobre resultados próprios e alheios.
c) A inteligência emocional é um capital humano capaz de criar ambientes com segurança emocional nos quais human skills como curiosidade, criatividade, empatia cresçam e produzam a tão desejada inovação na solução dos desafios do mundo atual.
d) Conhecer âncoras de carreira para descobrir e fortalecer talentos é uma necessidade para desenvolvimento de competências técnicas e pessoais.
e) Ser o curador de sua carreira exercendo a autoliderança é um benefício da longevidade e uma imposição do cenário atual incerto e em constantes transformações. Saber fazer escolhas assertivas faz diferença nos diferentes momentos profissionais como transição de carreira, recolocação profissional ou assumir liderança.
Selecionei destaques que impactam vida e carreira e instigam a reflexão acerca de nosso investimento de tempo na direção de uma vida mais plena e satisfatória. São ainda importantes sinais de mudança de paradigmas na forma como conhecemos o mundo e a nós mesmos.
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Imagem: Joshua Coleman / Unsplash.
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Eu sou Laize de Barros, ajudo pessoas a alinhar Vida e Carreira com mentorias e cursos. Psicóloga e Mestre em Psicologia e Educação (USP), colunista da Comunidade Marketing da Gentileza e do Observatório da Comunicação Institucional. Escritora das minhas histórias e das que espio nas janelas da vida. @laizedebarros IN IG