GESTÃO INTELIGENTE - Mulheres na liderança, um caminho para evitar crises e gerar lucro. Por Regina Brito.

A barreira da desigualdade entre gêneros tem sido discutida há séculos, por conta de mulheres que não se conformavam com o que a sociedade lhes impunha a fazer e não fazer, mas com o passar do tempo essa caixa estreita onde todas são colocadas desde o momento em que nascem passou a ser questionada com mais firmeza, vieram então alguns direitos como o voto, poder estudar, trabalhar, ter uma conta independente no banco, entre outros.

Para os homens, esses direitos nunca foram pontos a serem discutidos, pois lhes eram devidos desde seu nascimento, mas nem todas as pessoas nascem com privilégios.

Um exemplo claro que posso citar, é Katherine Johnson, a cientista e matemática que calculou a trajetória dos primeiros lançamentos espaciais da NASA; seu trabalho levou o homem à Lua pela primeira vez em 1969. Porém, sua carreira de sucesso não veio sem pedras pelo caminho, pois além de passar pela discriminação de gênero, também foi obrigada a passar pelo racismo de seus colegas brancos do sexo oposto. Na prática, isso expõe ações que a invisibilizaram constantemente como profissional e ser humano no ambiente de trabalho – suas habilidades eram muito consideradas e utilizadas, mas apenas após se mostrar capaz 3 vezes ou até 5 vezes mais que qualquer homem na sala.

A ONU Mulheres lançou recentemente o relatório de progresso nos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável: O Panorama de Gênero 2024, que mostra o avanço ainda pequeno de mulheres em posições de poder. Os líderes das nações se preparam para a Cúpula do Futuro, uma assembleia com representantes de Estados para buscar um consenso para o Pacto Global. A discussão e a prática para implementar políticas verdadeiramente eficazes sobre diversidade e inclusão são incoerentes em muitos casos.

Para as empresas, o tema da igualdade traz lucro e redução de custos, além de se enquadrar às práticas de governança dentro de ESG e consequentemente melhorar sua imagem e reputação no mercado. Equidade entre gêneros em cargos de liderança e em todos os níveis de uma empresa é uma estratégia que traz resultados ótimos para o modelo de negócio. Uma pesquisa lançada pela McKinsey em 2020, mostra que dentre as organizações que mais investem em diversidade, 55% obtiveram lucro acima da média no setor em que operam, enquanto esse percentual cai para 29% em empresas que não incentivam a equidade de gênero no ambiente de trabalho.

Um exemplo claro de que bom posicionamento de marca traz resultados positivos, tanto na imprensa, quanto para o marketing é o fator de que cada vez mais os Millennials e Geração Z preferem consumir marcas que refletem seus valores e de preferência com campanhas personalizadas. Agora, imagine você estar em uma posição estratégica na área de comunicação de uma empresa e enxergar esse grande gap e ninguém te ouvir? Ou roubar sua ideia, ficar com o crédito e receber uma promoção? Não é legal, não? Pois é, mulheres passam por isso e muito mais no ambiente corporativo e, por este motivo, fica a dica: ouça uma mulher antes de uma tomada de decisão.

Regina Brito é graduada em Relações Públicas pela Faculdade Paulista de Comunicação (FPAC) do Grupo Campos Salles, possui mais de 5 anos de experiência em atendimento de clientes na comunicação 360 graus durante a faculdade e no mercado, trabalhando com eventos corporativos, comunicação interna, gestão de crises e marketing digital – em organizações como Clarion Events e Centro Cultural São Paulo.