FORA DA CAIXOLA - Sentimento à flor da pele.

Não sei você, mas eu prezo muito a demonstração da felicidade e alegria em larga escala. O minimalismo é salutar, mas a economia de emoção não faz sentido.

Eu gosto de sorriso largo, abraço apertado, aperto de mão expressivo, olho no olho e palavras sinceras de gentileza e gratidão.

Aposto que o leitor dessa coluna admira quando o filho reconhece os seus esforços para educá-lo, quando o chefe parabeniza pelo cumprimento da obrigação com maestria, quando o marido elogia o jantar feito com tanto carinho.

Abordo esse tema, pois estava buscando inspiração para a coluna de hoje e perguntei para a minha mãe, uma ex-executiva do Jornal O Estado de S. Paulo, qual tema ela sugeria. E ela tascou: “fala aí que eu não estou gostando desse mau humor generalizado. Entro em um banco, em uma loja, em um taxi e o que encontro é cara fechada. Gostaria de entender o motivo disso.

Ao respirar fundo antes de começar, ainda me lembro que hoje, dia 22 de maio, é comemorado o Dia do Abraço. Aí me lembro que nas minhas palestras sempre ensino as pessoas a se abraçarem.  O abraço bom é aquele em que o coração de um encontra o do outro.

E aí faço uma análise. Mãe, acho que as pessoas estão assim porque querem um abraço… essa é que a verdade. Está puxado, como diz a gíria. E nessa história, as pessoas esquecem como se pede carinho, também não ofertam sua melhor versão e tratam a vida como uma obrigação. Já pensou que triste! Você abre o olho ao acordar e pensa: puxa, hoje tenho que viver.

As más e boas relações são reflexo de um exercício social. Geralmente, se uma pessoa recebe uma patada, ela acaba repassando. O mesmo ocorre com um afago. Se há uma ação gentil, ela gera outra gentileza. Voltemos nossos olhos ao que nos faz bem, pois o contágio é feito em proporções geométricas.

A vida é o que damos atenção e reflexo de nossa ação. Hoje, quero abraçar muita gente bacana e receber muitos amplexos.